Lula diz que algumas emendas são jogadas fora e pede verba parlamentar para 'obra de envergadura'

Declaração ocorre no dia em que Folha revelou que PF vê suposto esquema criminoso de ministro com recurso de emendas

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Brasília

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (8) que, às vezes, verbas de emendas parlamentares são jogadas fora e que é necessário concentrar esses recursos em grandes obras.

"Às vezes obra a gente, sabe, joga dinheiro fora… A gente precisa concentrar os esforços para fazer obra de envergadura para cada estado e nós queremos transformar este país", disse em evento no Palácio do Planalto para assinatura de ordem de serviço para duplicação da BR-423, em Pernambuco.

Presidente Lula durante coletiva de imprensa no Inep, em Brasília
Presidente Lula durante coletiva de imprensa no Inep, em Brasília - Adriano Machado - 5.nov.2023/Reuters

A declaração foi dada no dia em que a Folha revelou que a Polícia Federal apontou que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), estabeleceu uma relação criminosa com o dono de uma empreiteira investigada sob suspeita de desvios em contratos da Codevasf irrigados com dinheiro de emendas parlamentares.

Lula disse que o governo precisa debater com os deputados e senadores os melhores locais para alocar recursos das emendas.

"É importante que na hora de a gente discutir determinadas emendas de parlamentares, que os ministros nossos procurem os parlamentares, mostrem a importância do projeto, mostrem o que é importante, porque a gente também não pode fazer emenda fazendo obra que não interessa a todo mundo", afirmou.

A suspeita da PF contra o ministro das Comunicações se baseia em conversas obtidas no celular do empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, e estão em relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na época, Juscelino era deputado federal.

O dono da construtora é apontado como o real proprietário da Construservice, que tem contratos milionários com a Codevasf pagos com emendas parlamentares —ele não aparece como sócio em registros oficiais.

As investigações da PF sobre a atuação da Construservice em contratos da Codevasf ganharam fôlego a partir de reportagens da Folha publicadas em maio de 2022.

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