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Vídeo confunde treinamento de militares brasileiros com suposta invasão de soldados venezuelanos

Marinha desmentiu conteúdo de posts virais

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São Paulo

Publicações enganam ao afirmar que soldados venezuelanos estariam invadindo o Brasil. Na verdade, os vídeos analisados mostram o Corpo de Fuzileiros Navais durante um treinamento padrão, realizado pela Marinha do Brasil.

Os posts, verificados pelo Comprova, circulam com dois vídeos distintos. No primeiro, filmado de dentro de uma casa, militares parecem estar em conflito com um civil que repete as frases "vocês estão no meu país" e "atira em mim".

No segundo vídeo, diversos militares disparam e se movimentam em uma encruzilhada. É possível ver dois veículos blindados de combate, e em um deles há a inscrição da palavra "Marinha" na lateral. Nesse segundo vídeo, também é possível perceber que os militares falam entre si em português.

A reportagem entrou em contato com a Marinha, que informou que as imagens dos dois vídeos são de fuzileiros em treinamento. O objetivo do treino é fazer com que a situação simulada seja a mais próxima da realidade de um cenário de confronto real. Em razão disso, vê-se um civil confrontando os soldados, não existindo qualquer relação com cidadãos brasileiros em confronto com o Exército, muito menos com refugiados da Venezuela.

Captura de tela, imagem dividida em três áreas verticais.  As externas são pretas e a central mostra captura do vídeo, com portão de casa e, atrás, soldado com arma e céu azul
Um dos posts que usa vídeo de exercício militar - Reprodução/X

O treinamento foi realizado em Itaoca, no Espírito Santo, em outubro de 2023. A Marinha esclareceu, também, que esse é "um exercício corriqueiro, que acontece todos os anos. O cenário é o mais real possível, mas o vídeo se desenvolve em uma situação simulada", informou.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por GZH e Correio do Estado e publicada em 10 de novembro pelo Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Portal Norte, AFP e Estadão.

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