Líder do governo diz que Gleisi e Lewandowski não serão ministros da Justiça

Jaques Wagner também disse não ser considerado ao cargo; ministro aposentado do STF era um dos principais cotados

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Brasília

Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) descartou a nomeação de Ricardo Lewandowski, ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal), para o Ministério da Justiça após a saída de Flávio Dino (PSB) da pasta.

O senador sinalizou que o presidente Lula (PT) ainda não decidiu quem vai indicar para o comando do ministério, mas disse saber quem não vai ser ministro: Lewandowski, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, além dele próprio.

"Eu posso dizer quem eu conheço que não será [ministro]: nem o Lewandowski, nem o Jaques Wagner, nem a Gleisi", disse o senador nesta quarta-feira (13).

O presidente Lula (PT) e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) em anúncio dos nomes de ministros que comporiam o governo, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília
O presidente Lula (PT) e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) em anúncio dos nomes de ministros que comporiam o governo, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília - Pedro Ladeira - 29.dez.22/Folhapress

Lewandowski era um dos principais cotados para o Ministério da Justiça e Segurança Pública com a saída de Dino e chegou a ser sondado por interlocutores de Lula, mas sinalizou a pessoas próximas que não tem interesse na função.

Wagner já havia descartado as especulações em torno de seu nome para o ministério, dizendo que teve a opção de integrar o primeiro escalão após a vitória de Lula. Preferiu, no entanto, comandar a liderança do governo no Senado e continuar como parlamentar.

Como mostrou a Folha, Gleisi também disse a interlocutores que deve permanecer à frente do partido durante as eleições do próximo ano —eliminando as especulações sobre ir para alguma pasta neste momento.

Além de contar com a confiança de Lula, o nome de Gleisi tinha ganhado força nos bastidores por representar a indicação de uma mulher para um ministério de peso —que tem sob seu guarda-chuva estruturas como a Polícia Federal.

Lula sofreu críticas não só por dispensar a ex-presidente da Caixa Econômica Federal Rita Serrano e as ex-ministras Ana Moser e Daniela Carneiro (Esportes e Turismo, respectivamente), como por não indicar uma mulher para a vaga de Rosa Weber no Supremo.

Na busca por uma mulher para a Justiça, o nome da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), também foi ventilado nos bastidores. Pessoas próximas a Lula afirmam que o presidente teria desistido de buscar uma mulher para o cargo.

Após a indicação de Dino, o presidente também voltou a sondar aliados sobre a possibilidade de fatiar o ministério e criar uma estrutura só para Segurança Pública. Apesar das conversas, essa hipótese é hoje considerada remota.

Wagner defendeu a jornalistas que Dino, aprovado pelo Senado para o STF nesta quarta, deixe o Ministério da Justiça nos próximos dias —ainda que a posse na corte deva ocorrer só no próximo ano.

"Na minha opinião não tem sentido [Dino] ficar mais do que até o final de semana [no Ministério da Justiça]. O [Ricardo] Capelli [número dois], inevitavelmente, se o presidente não tiver feito a escolha, vai assumir interinamente", disse após o resultado.

Dino indicou que gostaria de tomar posse no STF ainda neste ano. O presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, quer que seja apenas depois do Carnaval, em meados de fevereiro.

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