Descrição de chapéu Governo Lula

Lula se reúne com Lewandowski e aumenta expectativa de convite para Ministério da Justiça

Presidente e ex-ministro do STF participam à tarde de ato no Congresso para marcar um ano dos ataques golpistas em Brasília

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Brasília

O presidente Lula (PT) convidou o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski para uma reunião em Brasília, alimentando, entre aliados do petista, a expectativa de que seja o escolhido para a sucessão de Flávio Dino no Ministério da Justiça.

A reunião ocorreu na manhã desta segunda-feira (8), no Palácio da Alvorada.

Ainda segundo aliados de Lula, o presidente pretende decidir o novo titular da Justiça já nesta semana. A expectativa de integrantes do Palácio do Palácio é que o sucessor de Dino seja anunciado até esta terça.

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O então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski em cerimônia no Ministério da Educação em homenagem à sua carreira. - Gabriela Biló-11.04.2023/Folhapress

Lewandowski chegou a Brasília na noite do domingo (7) para participar da solenidade em memória do 8 de janeiro, quando, há um ano, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes.

O nome do ex-ministro do Supremo sempre esteve entre os favoritos para o Ministério da Justiça, especialmente depois de Lula desistir da ideia de nomear uma mulher para a vaga.

Segundo amigos, a família de Lewandowski vinha oferecendo resistências, uma vez que o ministro aposentado hoje se dedica à iniciativa privada.

No entanto, admitem que ele dificilmente recusaria um convite de Lula, de quem é amigo.

No fim de dezembro, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), chegou a descartar o nome do ex-ministro do STF para a função.

O senador sinalizou que o presidente ainda não havia decidido quem escolheria, mas disse saber quem não seria ministro: Lewandowski, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, além dele próprio.

"Eu posso dizer quem eu conheço que não será [ministro]: nem o Lewandowski, nem o Jaques Wagner, nem a Gleisi", disse o senador, horas depois de o Senado chancelar a escolha de Dino para o STF.

A afirmação fez com que pessoas próximas ao presidente passassem a apostar no secretário especial para assuntos jurídicos da Presidência, Wellington César Lima e Silva, que tem o apoio de Wagner. Segundo elas, Lula vinha acenado com a possibilidade de optar por uma solução caseira para a substituição de Dino

Aliados de Lula afirmam que o presidente tem repetido que não abre mão de ter um nome de sua confiança à frente da Justiça.

Integrantes do Palácio têm ressaltado o perfil de Lewandowski como o de um homem com estatura técnica e política para assumir a tarefa.

A sucessão do Ministério da Justiça sempre foi tratada como uma questão difícil pelo entorno do presidente. O tema fazia parte da equação desde quando o presidente ainda ponderava sobre qual nome indicar para a vaga da ex-ministra Rosa Weber para o STF.

Um dos empecilhos para indicar Dino ao STF seria justamente a dificuldade de encontrar um nome forte para a pasta, diziam aliados. Ainda assim, Lula nomeou o ministro para o STF no final de novembro.

Publicamente, o mandatário tem optado pelo silêncio e tratou o assunto com aliados sob discrição. A disputa ficou ainda mais acirrada após a aprovação do nome de Dino no Congresso. Dias depois, o presidente disse em sua live semanal que o ministro ficaria à frente da pasta até o ato desta segunda.

"Ele vai ficar como ministro até dia 8 [de janeiro], porque nós estamos convidando para um ato para lembrar a tentativa de golpe dia 8 de janeiro", afirmou, sem entrar em detalhes sobre a sucessão.

Outros nomes também foram ventilados para comandar o ministério, como o secretário-executivo Ricardo Cappelli e o advogado Marco Aurélio de Carvalho, além de Wellington.

O PSB, partido de Dino e do vice-presidente Geraldo Alckmin, busca manter secretarias na Justiça ou até mesmo a criação do Ministério de Segurança Pública, sob o comando de um indicado do partido (o nome mais forte, neste caso, seria Capelli).

Coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho disse que, se confirmado um convite a Lewandowski, ele terá o apoio do grupo de advogados. Carvalho afirmou que o ex-ministro do STF reúne todas as condições para assumir a função.

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