Descrição de chapéu ataque à democracia Folhajus

Empresários presos falaram a CPI sobre acampamento golpista e 8/1; veja vídeos

Alvos no DF são suspeitos de financiar estrutura do acampamento em frente ao QG do Exército em 2022

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São Paulo e Brasília

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira (29) três pessoas na 25ª fase da Operação Lesa Pátria, que busca identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os ataques do 8 de janeiro às sedes dos três Poderes.

Duas prisões ocorrem no Distrito Federal e uma, em São Paulo. Na capital federal foram presos dois empresários: Adauto Lucio de Mesquita e Joveci Xavier de Andrade.

Empresários Joveci Andrade (esq.) e Adauto Lúcio de Mesquita, durante depoimento à CPI da Câmara Distrital do DF
Empresários Joveci Andrade (esq.) e Adauto Lúcio de Mesquita, durante depoimento à CPI da Câmara Distrital do DF - Reprodução/TV Câmara Distrital no YouTube

A CPI do 8 de janeiro na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) recomendou, no ano passado, o indiciamento da dupla por incitação ao crime e associação criminosa.

Abaixo, veja o que eles disseram em depoimento aos deputados do Distrito Federal.

Joveci Xavier de Andrade

Sobre o 8/1, disse: "No dia 8, cheguei à manifestação depois de 16 horas e não invadi nenhum prédio. Quando cheguei lá, vi que a coisa estava feia e tudo já estava destruído. Não entrei em prédios públicos. Só me aproximei do Palácio do Planalto. É de uma estupidez sem tamanho aqueles atos que quebraram, puseram fogo, roubaram as peças. Não tenho dúvida nenhuma que as pessoas que fizeram isso merecem estar presas."

Questionado sobre os acampamentos golpistas, afirmou: "Estive no acampamento no máximo três vezes. Era um ambiente que eu senti que tinha o controle do quartel. Eu como empresário me senti seguro lá. Era como se fosse a segurança do quartel".

Adauto Lucio de Mesquita

Sobre o 8/1, disse: "Se eu imaginasse que teria chegado a esse ponto, dessa exposição e desse sofrimento, eu realmente não teria ido. Não teria participado. Eu me arrependo, sim"

Indagado sobre os acampamentos, afirmou: "Das vezes que eu fui lá, presenciei militares andando por todo o QG, organizando o estacionamento. Ali estava sendo cuidado, controlado e protegido pelo Exército."

Relatório final

O relatório final do colegiado apontou evidências de que teriam financiado estrutura do acampamento em frente ao QG do Exército, apesar da negativa dos empresários em seus depoimentos.

Na ocasião, eles contaram ser sócios em quatro empresas, Melhor Atacadista, Garra Distribuição, Canal Distribuição e Marcas Premium. De acordo com a CPI, eles contribuíram para o financiamento de carro de som e tendas no local.

Em depoimento à época, Mesquita disse que doou R$ 10 mil para a campanha de Bolsonaro. Já seu sócio negou ter doado recursos.

Os dois disseram que não fizeram doações ou contrataram trios elétricos, mas a quebra de sigilo de uma das empresas mostrou pagamento à representante do trio que foi contratado no QG.

Os dois também disseram que chegaram, em 8 de janeiro, na Esplanada dos Ministérios, quando já havia ocorrido a invasão dos prédios públicos e afirmaram que não participaram da depredação dos prédios.

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