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Fala de Bolsonaro sobre minuta do golpe 'parece confissão', diz Gilmar

Ministro diz que manifestação de domingo 'não muda uma linha' em relação à apuração ou entendimento do STF

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São Paulo | UOL

O ministro do STF Gilmar Mendes disse nesta quarta-feira (28) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pareceu fazer uma confissão ao citar a minuta golpista em discurso no último domingo (25).

"Parece [que foi uma confissão], que todos sabiam", disse o ministro em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em ato na av. Paulista - Danilo Verpa - 25.fev.24/Folhapress

Gilmar também disse que a manifestação de domingo "não muda uma linha" em relação à apuração ou ao entendimento do STF.

"Entendo que o [ex-]presidente saiu de uma situação de possível autor intelectual para uma situação de potencial autor material de todo esse quadro, é isso que a investigação da Polícia Federal trouxe."

O ministro afirmou ainda que o pedido de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023 "não tem cabimento".

Em entrevista publicada terça-feira (27) pela revista Carta Capital, ele disse que os atos foram muito graves e que alguns julgamentos já estão muito avançados para que essa sugestão seja pertinente.

O discurso de Bolsonaro no ato da Paulista provocou críticas de governistas e reforçou a linha de investigação de que houve uma trama de tentativa de golpe de Estado, na avaliação de integrantes da Polícia Federal.

Em fala aos milhares de apoiadores que compareceram à manifestação, Bolsonaro se defendeu da acusação, mas indicou saber da existência de minutas de texto que buscavam anular a eleição do presidente Lula (PT).

"O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil", disse. "Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência", afirmou o ex-presidente diante de seus apoiadores.

Para investigadores da PF, é possível deduzir das declarações do ex-presidente que ele sabia da existência das minutas e estava ciente de tratativas para tentar impedir a posse de Lula.

Advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno disse na terça-feira (27) que a interpretação da PF aponta apenas a fragilidade da investigação.

"Se as autoridades policiais veem nisso uma forma de confissão, a defesa entende que o que se assiste é realmente a uma pobreza muito grande de elementos nessa investigação semi-secreta, a qual a defesa não tem acesso. E, ao que parece, não tem acesso justamente pela fraqueza dos elementos."

Segundo o advogado, a citada minuta de texto que buscava anular a eleição se referia a um texto recebido por Bolsonaro em 2023. Portanto, depois que deixou o governo.

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