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Disputa por comando da Câmara tem ofensiva contra Elmar e suspense por indicação de Lira

Até o momento, não há consenso em torno de nenhum dos candidatos colocados, e o cenário é incerto

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Brasília

Uma ala da Câmara dos Deputados lançou uma ofensiva contra a candidatura do líder da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), à presidência da Casa. O movimento ocorre às vésperas de uma data limite que Arthur Lira (PP-AL) estabeleceu para indicar quem ele apoiará para ser seu sucessor.

Há uma expectativa entre parlamentares de que o presidente da Câmara anuncie até esta sexta-feira (30) quem será seu candidato. Lira não pode se reeleger.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante votação da reforma tributária em 2023 - Gabriela Biló - 6.jul.2023/Folhapress

A eleição para a presidência da Casa só ocorrerá em fevereiro do ano que vem, mas a reta final de agosto é tratada como decisiva, uma vez que os candidatos buscam apoio do alagoano para consolidar suas candidaturas.

Por ora, não há consenso em torno de nenhum dos aspirantes ao comando da Câmara, e o cenário é incerto. Mas a reação contra Elmar ocorre após Lira sinalizar a aliados que pode chancelar apoio a ele, segundo parlamentares que acompanham as negociações.

O líder da União Brasil enfrenta resistências entre representantes do governo Lula (PT) e parlamentares, que o consideram ríspido no trato do dia a dia.

Também nesta semana, houve uma tentativa de tentar unificar a candidatura dos outros três deputados que se colocam na disputa. O que seria uma estratégia para tentar fazer frente a uma eventual decisão de Lira pelo apoio a Elmar.

São candidatos os líderes Antonio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), além do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP). Os três partidos integram o mesmo bloco na Câmara ao lado do Podemos, com 147 deputados.

O tema foi discutido em jantar realizado na terça (27) em jantar na casa em Brasília de Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara. Nenhum dos três sinalizou estar disposto a abrir mão da candidatura neste momento, segundo relatos.

Apesar disso, há uma avaliação entre parlamentares que integram o bloco que esse movimento eventualmente poderá ocorrer posteriormente.

Além disso, os candidatos aguardaram reunião entre Lira e o próprio Lula para avançar nas negociações. O alagoano pediu o encontro para tratar do tema da sucessão, numa forma de envolver o presidente no processo e afastar a possibilidade de o governo federal lançar outro nome na disputa.

Ele também ofereceu o poder de veto ao presidente. A reunião entre Lula e Lira ocorreu na noite de quarta-feira (28).

Na segunda (26), em reunião com líderes da Câmara, Lula afirmou que o governo não tem um candidato e que ele dialogará com qualquer deputado que for eleito para presidir a Câmara.

Entre todos os postulantes, Elmar é considerado o mais próximo de Lira, com quem tem estreita relação de amizade. Nos bastidores, inclusive, ele usa essa proximidade com o alagoano para dizer que o apoio já está garantido.

Hoje, ele é líder do maior bloco da Casa, que reúne 161 deputados dos partidos União Brasil, PP, PDT, Avante, Solidariedade e PRD.

O presidente da Câmara tem afirmado a aliados, no entanto, ainda ter dúvidas sobre a viabilidade da candidatura do líder do União Brasil. Um cardeal do centrão diz que os aliados do alagoano têm ponderado a Lira os riscos desse apoio, ao considerarem que Elmar pode ser derrotado.

Ainda há o temor entre esses interlocutores de que o governo federal atue nos bastidores caso o alagoano insista com a candidatura de Elmar.

Nos últimos dias, políticos com resistências ao líder da União Brasil resgataram a proximidade do deputado com o empresário do setor de gás Carlos Suarez para criar ruídos à candidatura do deputado baiano.

Esse apoio passou a ser usado por seus adversários como argumento contra o deputado baiano, afirmando que, caso ele fosse eleito, Suarez exerceria influência excessiva em seu mandato. Aliados de Elmar, porém, minimizam eventuais conflitos pela questão.

Dois interlocutores frequentes de Lula afirmaram à reportagem que a proximidade de Elmar com Suarez foi um dos motivos pelos quais o deputado foi vetado, ainda na transição, para assumir um ministério. Naquele momento, também pesou o fato de Elmar rivalizar com o PT na Bahia e ter apoiado a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.

Apesar da promessa de Lira sobre um anúncio ainda neste mês, integrantes do governo ainda veem um cenário de incerteza para que isso ocorra. Em um cenário ainda embolado, também são lembrados como possíveis candidatos Hugo Motta (Republicanos-PB) e Doutor Luizinho (PP-RJ).

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