Cinema 3D encolhe e realidade virtual demora a se difundir

Tecnologia tem transformado games e exposições, mas ainda não alcançou salas de cinema

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Karina Sérgio Gomes
São Paulo

Enquanto a tecnologia tem transformado jogos e mostras, no cinema o número de exibições 3D encolhe e os óculos de realidade virtual devem demorar a se popularizar —indicando que a experiência em salas continua, por ora, como conhecemos.

Ano após ano, perdem popularidade os filmes que exigem do espectador ajustar óculos desconfortáveis de plástico para sentir que está mergulhado na cena.

Sala Imax do Espaço Itaú de Cinema - Pompeia, no Bourbon Shopping, zona oeste de São Paulo
Sala do Espaço Itaú de Cinema - Pompeia, no Bourbon Shopping, zona oeste da capital paulista - Solange Macedo/Divulgação

Em 2017, o CEO global da Imax, Greg Foster, anunciou a diminuição de exibição de filmes em 3D, pois percebeu uma preferência dos consumidores pelo 2D.

Embora o 3D pareça estar caindo em desuso, suas câmeras ainda são usadas. "Com a captura das imagens em 3D, espera-se que o trabalho da pós-produção seja reduzido em dois terços", diz Binho Dias, da Blitzar, que realiza eventos digitais interativos.

Com as imagens capturadas com essa tecnologia, é possível fazer ajustes de perspectivas de cada personagem, explica Dias, que participa da gravação do filme de terror nacional "O Morto do Pântano", de Cláudio Ellovitch.

No caso da produção de terror, por exemplo, ela poderia ser usada para alongar as mãos de personagens, dispensando o trabalho extra de animadores para criar os efeitos especiais.

Óculos de realidade virtual, muito usados em jogos, também devem demorar um pouco para cair no gosto dos cinéfilos.

O Google encerrou em 2019 as atividades do Google Spotlight Stories, estúdio de cinema focado em vídeos vistos com óculos RV.

Segundo Dias, há produtoras que investem em filmes de realidade virtual, mas neles não é possível participar da história como em um game. O espectador consegue apenas ver a cena em 360º.

"O que tem acontecido é termos acesso a projetores cada vez melhores e, com isso, uma resolução mais nítida e uma qualidade de imagem superior", avalia Dias. Para ele, salas de cinema como conhecemos hoje ainda têm vida longa.

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