Nesta terça-feira (26), começam as aulas do MBA Liderança Feminina na Inovação, anunciado como o primeiro do tipo no país. O curso, uma parceria entre a Semente Negócios e a faculdade IMED, terá carga de 360 horas, com encontros online quinzenais, conduzidos por pesquisadoras e executivas.
O objetivo do MBA é indicar caminhos que as alunas possam chegar ao topo das organizações, inspiradas pelo exemplo daquelas que já alcançaram essa posição, afirma Alline Goulart, diretora de operações da Semente Negócio. "Nosso programa é voltado para a prática. Ao conhecer como se dá a liderança feminina, outras mulheres podem perceber o que funciona ou não."
Entre as professoras estão Amanda Graciano, líder de startups no Cubo Itaú, e Bruna Ribeiro, consultora de sustentabilidade na Suzano. O currículo é composto por 23 disciplinas e dividido em três trilhas de aprendizagem: liderança, inovação e impacto. O programa inclui ainda mais 60 horas de mentoria.
Na opinião de Goulart, o foco no público feminino se justifica pela realidade do mercado de trabalho. "Vemos menos mulheres empreendedoras, gerentes, diretoras. As empresas delas recebem menos aportes de capitais de risco. E não é por falta de capacitação, porque mulheres estudam até mais."
Segundo a diretora, há questões culturais que ajudam a explicar a distorção. "Se o meu consultor chega com seu filho em um sling, ele é visto como um bom pai. Se uma mulher pede licença para responder ao filho no meio de uma reunião online, dizem que ela não está focada. A mulher tem que se provar mais", afirma.
Embora a diferença nos cargos de liderança exista em diversos setores, na área de inovação ela é ainda mais forte. Segundo o Female Founders Report 2021, estudo da Distrito em parceria com Endeavor e B2Mamy, apenas 9,8% das startups do Brasil foram fundadas por mulheres.
Para Goulart, a baixa participação feminina é prejudicial os negócios. "Inovação é resolver problemas reais em um ambiente com altos níveis de incerteza. Para resolver esses problemas, é preciso haver diferentes pontos de vista. Quando trago mulheres, pessoas negras e outros grupos, expando os tipos de ideias", diz.
Ela espera que as empresas vejam o MBA com respeito e, ao receber alguém com um curso de liderança feminina no currículo, aproveitem para fazer um exame de quantas mulheres ocupam altas posições. "Pode haver um processo para desvalidar, constranger [essa profissional]. Mas esse gestor deveria olhar para dentro da sua empresa e pensar como ele está criando e dando oportunidades para novas lideranças femininas."
Uma das alunas inscritas no curso é Eneia Verdi, 43, diretora de uma imobiliária em Passo Fundo (RS), que lidera uma equipe de 33 pessoas. Segundo ela, o mercado imobiliário tem passado por transformações fortíssimas e, a partir de agora, será preciso inovar sempre.
"Gostei muito do formato do curso, é bem intenso. Vou aprofundar meus conhecimentos e já posso ter a prática", diz.
Um dos pontos que mais a atraiu foi o fato de o curso ser específico para mulheres. "Um ambiente de desenvolvimento onde só há mulheres acaba sendo um espaço mais seguro, porque temos os mesmos desafios e dificuldades, sabemos tudo que a gente precisa dar conta para exercer a profissão. Tem uma possibilidade de troca mais real", afirma.
Ela incentivou três outras profissionais de sua empresa a se matricularem no curso. "Entendo que é um ganho que outras mulheres se desenvolvam, que percebam que dentro da empresa tem a possibilidade de almejar mais."
MBA em Liderança Feminina na Inovação
Instituição IMED e Semente Negócios
Duração 10 meses
Data inscrição até 26 de outubro, data de início das aulas
Valor R$ 10.148
Inscrições online.imed.edu.br/lideranca-feminina-na-inovacao/
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