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Quer trabalhar no exterior? Saiba por onde começar

Newsletter FolhaCarreiras explica cenário para profissionais brasileiros e dá dicas para quem busca emprego em outro país

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São Paulo

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Se você tem vontade de trabalhar em outro país, trago uma boa notícia. O mercado no exterior está promissor para brasileiros.

O cenário:

  • A quantidade de brasileiros no exterior cresceu 47% na última década, aponta Marta Mitico, sócia-fundadora da BR-Visa Migration Solutions, consultora de migração global.
  • São aproximadamente 4,6 milhões morando no exterior, de acordo com dados de 2022 do Itamaraty.

Por que há um interesse das empresas estrangeiras por brasileiros? Pelas características dos profissionais.

↳ "A criatividade e a adaptabilidade do brasileiro se enquadram muito bem dentro dos contextos multinacionais em algumas oportunidades", explica Laís Vasconcelos, gerente da Robert Half, empresa de recrutamento.

Vista de alto ângulo de mulher irreconhecível solicitando visto na embaixada dando passaporte e formulário de inscrição para especialista
Antes de mudar-se para outro país a trabalho, avalie seu plano de carreira para entender se a movimentação faz sentido profissionalmente - AnnaStills/Adobe Stock

Os países que mais contratam brasileiros: Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, Irlanda, Japão e Portugal, de acordo com a BR-Visa.

As áreas com mais oportunidades: tecnologia, gastronomia, saúde, construção civil e estética, também segundo a consultora.

Onde encontrar vagas? O LinkedIn é a principal ferramenta apontada pelos especialistas, pois permite pesquisar por localização.

↳ Faça uma busca ativa dentro dos sites e páginas das empresas internacionais, sugere Laís Vasconcelos.

↳ Há ferramentas de pesquisa promovidas por governos ou organizações, como os sites Work in Finland (Finlândia) e Make it in Germany (Alemanha).

Nem tudo são flores. As principais dificuldades para brasileiros são adaptação ao clima, à cultura de trabalho e à realidade do país, explica Vasconcelos.

↳ Na seção "Minha experiência", trago o relato de uma brasileira que mora e trabalha na Finlândia.

Por onde começar? Especialistas dão dicas para quem quer um emprego no exterior:

1. Analise seu plano de carreira. Antes de mudar para outro país a trabalho, é preciso questionar se essa movimentação faz sentido e se essa nova realidade vai lhe agregar profissionalmente, diz Laís Vasconcelos.

2. Conheça o país para o qual deseja se mudar. Você precisa entender se os hábitos e a cultura daquele local funcionam para você, orienta Marta Mitico. Alimentação, clima, religião e idioma são alguns dos pontos a serem analisados detalhadamente antes de tomar a decisão.

3. Faça pesquisas sobre a empresa. Achou uma vaga interessante? Busque informações sobre a reputação da companhia. A gerente da Robert Half exemplifica alguns questionamentos: "a empresa realmente existe? É legal trabalhar lá? Onde está localizada?".

↳ Como você estará chegando sozinho a um novo país, complementa Vasconcelos, é importante buscar empresas que tenham um olhar voltado à comunidade, oferecendo benefícios e suporte.

4. Lembre-se de sua vida pessoal. Nem tudo é trabalho. Pesquise sobre moradia, lazer, saúde e educação. Caso tenha filhos, considere a adaptação deles a creches ou escolas e à comunidade local.

Por fim, a parte prática. Está de olho em vagas lá fora? Dá para se antecipar e deixar pronta a documentação básica: passaporte, visto, currículo em inglês, certidões (nascimento, casamento, vacinação).

↳ A "cover letter", ou carta de apresentação, é um documento requisitado em processos de seleção no exterior, principalmente na Europa, aponta Alessandra Leone, gerente de talentos da Business Finland.

↳ A depender da vaga/país da mudança, você também pode precisar de: validação de diploma, autorização de residência, documentos fiscais, certificado de antecedentes criminais, entre outros documentos.


Minha experiência

Brasileira relata mudança a trabalho para a Finlândia

Bianca Alves da Silva, 26 anos, Territory Account Manager LatAm/Gerente de vendas América Latina
Bianca Alves da Silva, 26, gerente de vendas da América Latina de uma empresa de software - Arquivo pessoal

Quais as principais diferenças culturais?

Finlandeses são muito mais distantes e calados. [...] Eles também amam o silêncio, mesmo em conversas, se o tópico acaba eles permanecem em silêncio sem nenhum incômodo. Eu, hoje em dia, acho incrível o respeito que eles têm pelo espaço e liberdade do outro, mas para muitos pode ser visto como frieza, indiferença e distanciamento.

E a maior dificuldade profissional que enfrentou?

Aceitar que aqui a prioridade, na verdade, é a sua vida pessoal. No Brasil, eu trabalhava em banco e vivia para o trabalho. Tive que aprender a viver mais a minha vida, o que foi uma experiência incrível e que hoje eu não troco por nada. Outro ponto interessante é que aqui a estrutura, mesmo em multinacionais, é horizontal, então não tem aquela tremenda hierarquia como no Brasil.

Quais documentos teve que apresentar no processo?

Carta proposta, contrato de trabalho, passaporte, foto para visto, certificado de antecedentes, currículo e diploma autenticado.

Uma dica para brasileiros?

O mercado finlandês não é um dos mais fáceis de ingressar devido à maioria das vagas pedirem conhecimento/fluência de finlandês, mas há vagas em multinacionais que só pedem o inglês (ou até mesmo espanhol/português, como no meu caso), que podem ser encontradas via LinkedIn. Estude como fazer esse tipo de inscrição e entrevistas, o mercado europeu tem suas especificidades, mas vagas existem e só tendem a aumentar.

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