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Celulares da Blu tentam compensar desempenho inferior com acessórios

Marca de brasileiros lança nesta quinta-feira (20) modelos a partir de R$ 999

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São Paulo

A marca Blu Smartphones lança nesta quinta-feira (20) três modelos de celulares no mercado brasileiro. O B3 (R$ 999), o B6 (R$ 1.399) e o B9 (R$ 1.699) são fabricados na Zona Franca de Manaus e distribuídos pela varejista de eletrônicos Allied.

A Blu aposta nos acessórios para conquistar parte da fatia de mercado da Samsung e da Motorola, que juntas concentram mais de 80% das vendas no país, segundo dados da IDC.

Por isso, os smartphones da Blu são acompanhados por carregador, cabo USB-C, fones de ouvido bluetooth e capa anti-impacto. Hoje, empresas como Apple e a Samsung vendem seus principais celulares sem os adaptadores de energia na caixa.

Celulares da Blu, fabricante de celulares criada por brasileiros - Gabriel Cabral/Folhapress

Os modelos B3 e B6 têm um processador quad-core de 2,0 GHz, câmera frontal de 8 MP e câmera traseira dupla de 12 MP. As baterias têm capacidade de 3.000 mAh e 4.000 mAh, respectivamente.

O modelo B9, o mais caro da linha, conta com processador octa-core de 1,6 GHz, câmera traseira tripla de 13 MP e bateria de 5000 mAh. Os três modelos rodam o Android 11 e são compatíveis com cartões de memória MicroSD de até 64 GB.

Contudo, quando comparados com modelos de outras marcas da mesma faixa de preço, os celulares da Blu apresentam características inferiores.

Por exemplo, o Samsung A13, cujo preço sugerido (R$ 1.899) é similar ao do B9, tem um sistema de câmeras quádruplo de até 50 MP, além de ser compatível com cartões de memória de até 1 TB.

No varejo, também é possível encontrar o Samsung Galaxy A32 por cerca de R$ 1.300. O modelo usa uma tela Amoled, com contrastes melhores que a LCD presente nos três modelos da Blu. Além disso, tem resolução, câmera principal e processador melhores.

Quando comparados a modelos da Motorola, os da Blu também se saem pior.

O Moto g42 (R$ 1.699) tem tela Oled, processador octa-core de 2,4 GHz, câmera principal de 50 MP e frontal de 16 MP. Além disso, o celular da Motorola também acompanha capa, cabo, carregador e fones de ouvido (com fio), o que reduz o impacto do diferencial da marca estreante.

Os acessórios que acompanham os produtos podem até trazer conveniência ao consumidor, mas são itens encontrados com facilidade no varejo. A presença ou não deles na caixa do aparelho pode não ser fator decisivo para a compra, ainda mais quando não são da melhor qualidade.

Hoje, o consumidor brasileiro prefere pagar mais caro para ficar com um celular por mais tempo. A faixa de aparelhos que custam entre R$ 1.500 e R$ 1.799 responde por 25% das vendas em 2022, segundo a IDC.

"Os usuários estão cada vez mais buscando produtos de melhor qualidade, com mais especificações, melhor memória, melhor tela, melhor câmera", disse Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas do IDC.

"Ele entende que precisa pagar mais caro por um aparelho assim. Mesmo porque não é mais o seu primeiro aparelho – mas o terceiro, quarto, quinto smartphone, e ele quer que o smartphone evolua em relação ao modelo anterior."

Se a proposta dos aparelhos da Blu é ser a "terceira via" dos smartphones no país, a atenção deve se voltar mais para a qualidade geral dos aparelhos do que para seus adornos.

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