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Games tecnologia

Conheça os 15 principais games lançados em 2022

Ano marcou início da recuperação da indústria aos níveis pré-pandemia, mas contou com poucos grandes hits

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Imagem de uma árvore dourada imensa sobre um castelo

Imagem do jogo "Elden Ring", do estúdio japonês FromSoftware Divulgação/Bandai Namco

São Paulo

Em 2022, a indústria dos videogames começou a recuperar a vitalidade dos anos anteriores à pandemia.

Apesar disso, jogos triple A, aqueles de orçamento maior e publicados por grandes estúdios, ainda estão escassos. Os três principais do ano foram "God of War: Ragnarök", "Elden Ring" e "Horizon: Forbidden West".

Também houve mais do mesmo. Em 2022, foram lançados "The Last of Us - Part 1", remake de um jogo lançado há menos de dez anos, atualizações para "The Witcher 3: Wild Hunt", de 2015, e uma nova versão de "Portal", de 2007.

Cena do jogo "God of War: Ragnarök" - Divulgação

As fabricantes de hardware Sony e Microsoft ainda continuam a insistir em lançamentos "cross-gen", isto é, tanto para a geração atual (PS5 e Xbox Series) quanto para a anterior (PS4 e Xbox One). Enquanto essa decisão, por um lado, aumenta o número de pessoas jogando os novos lançamentos, por outro limita a capacidade de desenvolvedores de utilizar o poder dos novos hardwares em todo o seu potencial.

Um exemplo é a escolha da Santa Monica Studios, da Sony, de manter as sequências de "God of War: Ragnarök" nas quais o protagonista Kratos rasteja por lugares apertados para chegar em novas áreas para que o sistema tenha mais tempo de carregar a região —algo desnecessário para o PS5, mas importante para o PS4. Isso mostra que, mesmo que os consoles atuais tenham sido lançados há dois anos, a nova era dos videogames ainda não está bem delimitada.

A inovação de mecânicas e propostas narrativas continua majoritariamente restrita ao desenvolvimento indie. Entre os destaques do ano, estão "Stray", "Neon White", "Pentiment", "Tunic", "Vampire Survivors" e "Signalis".

Enquanto isso, títulos com gráficos realistas em terceira pessoa continuam a estabelecer padrões insustentáveis para uma indústria repleta de adiamentos e crunch —prática frequente na qual estúdios exigem jornadas de trabalho extenuantes para que o desenvolvimento de um jogo cumpra prazos (pouco realistas) de lançamento.

Segundo dados da consultoria Newzoo, especializada no mercado de games, dos dez jogos mais jogados no mundo entre janeiro e novembro, apenas um foi lançado neste ano, "Call of Duty: Modern Warfare II". Nessa lista ainda estão, por exemplo, "GTA V", de 2013, "Minecraft", de 2011, e "Fortnite", de 2017.

Mas isso não significa que não houve títulos que provavelmente vão continuar sendo discutidos depois do ano acabar. A Folha lista abaixo os 15 principais jogos lançados em 2022.

"God of War: Ragnarök"

PS4 (R$ 299,90) e PS5 (R$ 349,90)

A história épica do deus da guerra Kratos e do seu filho, Atreus, não levou o prêmio de melhor jogo do ano do The Game Awards —mas também não saiu de mãos abanando, conquistando o prêmio que mais se encaixa com a experiência: melhor narrativa. É nesse ponto que "God of War: Ragnarök" brilha, e os detalhes da jornada de Kratos e Atreus e o desfecho surpreendente do jogo ainda permanecem na memória meses depois que se conclui a história. Certamente um dos melhores do ano.

"Horizon: Forbidden West"

PS4 (R$ 299,90) e PS5 (R$ 349,90)

Continuação de "Horizon: Zero Dawn", o RPG de ação da Guerrilla Games conta a história de Aloy, um misto de guerreira e exploradora de ruínas que vive em uma versão pós-apocalíptica dos Estados Unidos povoada por dinossauros robôs. Enquanto busca respostas sobre o que aconteceu e o seu passado, ela precisa salvar o que restou da humanidade de um novo apocalipse ambiental.

Em vários aspectos, o game mostra uma evolução em relação ao título inicial e foi um dos primeiros a aproveitar com eficiência toda capacidade gráfica do PlayStation 5. Apesar de ter sido esnobado nas principais premiações de games do ano, o título recebeu uma espécie de prêmio de consolação: foi escolhido como jogo com melhores gráficos de 2022 pelo Digital Foundry, canal especializado em análise técnica de games.

"Stray"

PS4, PS5 (R$ 149,50) e PC (R$ 63,79)

Em "Stray", o jogador encarna um gato em um futuro distópico cheio de neons. Além de arranhar tapetes, derrubar objetos e miar, o protagonista do jogo conversa com robôs e foge de inimigos. Na trama, após se separar de seu bando, o bichano vai parar em uma cidade isolada e habitada apenas por máquinas conscientes. Para voltar ao ponto de partida, o gato se alia a um drone capaz de traduzir a fala de seus pares e interagir com computadores.

O desafio de "Stray" consiste na busca por itens, em uma dinâmica que remete aos títulos de aventura populares nos anos 1990. Há também trechos agitados, com cenas de perseguição e furtividade, que intercalam com momentos de contemplação dos cenários cyberpunk.

"Elden Ring"

PS4, PS5 (R$ 299,90), Xbox One, Xbox Series (R$ 299,90) e PC (R$ 249,90)

"Elden Ring" foi o grande vencedor do The Game Awards 2022, mas a influência do jogo do estúdio japonês From Software certamente vai se estender além do ano que termina. O diretor Hidetaka Miyazaki conseguiu transportar com maestria a fórmula "Dark Souls" de um RPG competente com combate cativante, história misteriosa e chefes difíceis, mas justos, para um mundo aberto cheio de lugares a descobrir e formas novas de se surpreender.

O game deu à From Software o título de única desenvolvedora a vencer duas vezes o The Game Awards, tendo conquistado o prêmio principal pela primeira vez em 2019 com "Sekiro: Shadows Die Twice". "Elden Ring" recompensa os jogadores que enfrentam sua aparente aura de dificuldade com uma experiência verdadeiramente única.

"Immortality"

iOS, Android (assinatura), Xbox Series (R$ 74,95) e PC (R$ 37,99)

O novo título de Sam Barlow (de "Her Story" e "Telling Lies") é uma espécie de filme interativo não linear que conta a história fictícia da atriz Marissa Marcel e de seus três longas, nunca lançados para o público. O jogador assume o papel de um fã que consegue colocar as mãos em uma coleção de vídeos sobre os filmes da atriz e precisa organizá-los em ordem para descobrir os mistérios que os rondam, em um enredo que mistura morte, sexo, religião e o sobrenatural. Trata-se de um título para adultos, que tem o mérito raro na indústria de games de não se autocensurar para desviar de tabus e polêmicas. O jogo está disponível no Xbox Game Pass e assinantes da Netflix têm acesso a uma versão para dispositivos móveis.

Imagem do jogo "Immortality", de Sam Barlow
Interface do jogo "Immortality", de Sam Barlow - Divulgação

"Neon White"

PS4, PS5 (R$ 124,50), Nintendo Switch (R$ 99,99) e PC (R$ 51,99)

"Neon White" é um jogo de tiro em primeira pessoa que mistura elementos de plataforma e corrida com uma pitada de anime que angariou fãs ao longo do último ano com uma jogabilidade inovadora, rápida e viciante. O jogador precisa matar todos os inimigos de uma fase e chegar ao ponto final no menor tempo possível. Para isso, ele pode usar armas espalhadas pelo cenário em forma de cartas, sendo que cada uma delas pode ser sacrificada, gerando um poder especial.

Essa mecânica transforma o jogo em um tipo de quebra-cabeça em 3D. Mais do que ser bom de mira ou saber a hora certa de correr e saltar, o game exige criatividade e planejamento para encontrar a melhor rota e otimizar os recursos à sua disposição. Tudo isso envolto em uma história maluca, que mistura uma guerra entre anjos e demônios com um simulador de namoro, o que o tornam um jogo único.

Imagem do jogo 'Neon White', indicado parao The Game Awards 2023
Imagem do jogo 'Neon White', indicado ao The Game Awards 2022 - Divulgação

"Pentiment"

Xbox One, Xbox Series (R$ 99,95) e PC (R$ 99)

O ano é 1518. Um assassinato em uma abadia abala a pequena vila Tassing, na Bavária, e o principal suspeito do crime é seu amigo. Cabe a você, um pintor renascentista incumbido de um trabalho no santuário, investigar o crime para tentar inocentar seu amigo. Esse é o ponto de partida de "Pentiment", aventura narrativa que conta com uma intrincada rede de diálogos, atividades, personagens e relacionamentos que tornam cada novo jogo único, levando os jogadores a, mesmo após completar a aventura, voltar para conhecer mais sobre a história e os personagens de Tassing. O título ainda tem uma direção de arte primorosa, que mistura o estilo artístico de pinturas e vitrais do século 16 e o uso inteligente de fontes, que ajudam a dar profundidade aos personagens. É um jogo de videogame que parece feito a mão. Está disponível no Xbox Game Pass.

Imagem do jogo 'Pentiment', disponível da Obsidian. credito: divulgacao
Imagem do jogo 'Pentiment' - Divulgação

"Victoria 3"

PC, Mac e Linux (R$ 165,99)

O gênero de jogos de estratégia é tão diverso quanto qualquer outro. Existem os que são jogados por turnos, como a série "Civilization"; aqueles em tempo real, como o competitivo "Starcraft"; e ainda simuladores de cidades, como "Cities: Skylines", entre outros. E também existe o que se chama, com o título pomposo, de "grand strategy", jogos que tentam englobar todos os aspectos de governar um país em uma única experiência.

O estúdio sueco Paradox Interactive se tornou o padrão ouro para "grand strategy" nos últimos anos. O lançamento mais recente do estúdio, "Victoria 3", te coloca à frente de praticamente qualquer país do mundo de 1836 a 1936, na era vitoriana. Um simulador econômico antes de mais nada, o jogo é extremamente detalhado e, com alguma dose de tentativa e erro, muito divertido pra quem gosta de história e quer saber o que aconteceria se o Brasil Império tentasse abolir a monarquia em 1840, por exemplo (spoiler: dá em guerra civil). Apesar de lidar com temas pesados, como escravidão e imperialismo, "Victoria 3" consegue trazer reflexão sobre o custo humano (e econômico) desses crimes e te dá ampla liberdade pra levar sua nação para qualquer rumo.

Imagem do jogo mostra um mapa-múndi renderizado em 3d
Imagem do jogo "Victoria 3", do estúdio Paradox Interactive - Divulgação

"Marvel Snap"

Android, iOS e PC (grátis)

Três locais, seis rodadas e 12 cartas fazem um bom jogo. A ideia central de "Marvel Snap" é ter partidas de cartas online que durem um estalar de dedos. Para vencer o adversário, usa-se o baralho estrategicamente para acumular poder nos locais (como áreas de um tabuleiro). A carta do Hulk, por exemplo, tem poder alto, mas custa muita energia.

O termo em inglês também se refere a uma espécie de truco que existe dentro das partidas —ao escolher a opção, o jogador dobra a aposta e pode ganhar (ou perder) mais pontos, usados para subir de nível. É claro que "Marvel Snap" larga na frente por ter personagens superconhecidos da franquia bilionária de filmes e quadrinhos. Mas criar baralhos, descobrir novas cartas e jogar as partidas é tão recompensador que poderia funcionar com qualquer outra marca. É como se fosse o TikTok dos jogos de cartas. O título foi desenvolvido pelo estúdio Second Diner, formado por ex-funcionários de "Hearthstone", da Blizzard.

"Vampire Survivors"

Xbox One, Xbox Series (R$ 14,95), PC, Mac (R$ 12,99), Android e iOS (grátis)

"Vampire Survivors" é um jogo indie em pixel art que viralizou por oferecer um equilíbrio entre complexidade e dificuldade. Trata-se de uma mistura dos subgêneros "roguelike", em que perder significa recomeçar do zero, e "bullet hell", no qual o jogador precisa se esquivar de projéteis inimigos enquanto tenta acertá-los.

O objetivo aqui é sobreviver a hordas de monstros que ficam cada vez mais fortes. Com os pontos obtidos ao eliminá-los, pode-se aprimorar armas e habilidades. Ao perder, o ciclo se repete. Mas, como há várias opções de equipamento, cada nova tentativa faz "Vampire Survivors" ser um jogo diferente. Na plataforma Steam, 98% das cerca de 160 mil análises publicadas são positivas.

Cena do game "Vampire Survivors"
Cena do game "Vampire Survivors" - Divulgação

"Diablo Immortal"

Android, iOS e PC (grátis)

"Diablo Immortal'' é o quarto título da franquia de RPGs de ação para PC que começou em 1997. A diferença desta vez é que o jogo foi fruto de uma parceria entre a Blizzard e a chinesa NetEase, um dos principais estúdios de jogos de celular do mundo. Fãs mais antigos bateram o pé, mas cederam após as primeiras versões do jogo mostrarem que era possível aplicar as mecânicas da franquia à tela menor —e com muitas "loot boxes".

"Diablo Immortal" se insere num contexto em que jogos mobile ainda são deixados em segundo plano por algumas das principais empresas do setor, como Sony e Nintendo, apesar da popularidade do segmento. Ao levar uma franquia desse porte aos celulares, a Blizzard fez uma ponte entre os dois modelos.

"A Plague Tale: Requiem"

Xbox Series (R$ 299,95), PS5 (R$ 299,90) e PC (R$ 169,90)

O título do Asobo Studio é uma sequência de "A Plague Tale: Innocence" e continua a história dos irmãos Amicia e Hugo, que tentam fugir de uma praga com componentes paranormais e soldados da Inquisição na França medieval. O título de ação ou aventura tem elementos de furtividade e sobrevivência e conta com uma interessante mecânica em que os protagonistas devem se abraçar ou segurar as mãos para atravessar zonas de perigo. Também disponível no Xbox Game Pass.

Imagem do jogo 'A Plague Tale: Requiem', indicado parao The Game Awards 2023
Imagem do jogo 'A Plague Tale: Requiem' - Divulgação

"Return to Monkey Island"

PS5 (R$ 124,50), Nintendo Switch (R$ 64,95), Xbox Series (R$ 92,45) e PC (R$ 64,95)

Treze anos depois do lançamento de "Tales of Monkey Island", sai um novo título dessa que é uma das mais queridas franquias de jogos de aventura do mundo. Contando com roteiro e direção de Ron Gilbert, criador da série, "Return to Monkey Island" é um presente para fãs de longa data da franquia e um bom ponto de partida para uma nova geração se divertir com as peripécias do pirata Guybrush Threepwood. O game mantém o humor característico da série, com várias referências aos títulos anteriores, ao mesmo tempo em que renova a já bem datada jogabilidade dos "point-and-click adventures" do passado. Trata-se de um clássico instantâneo, que merece ser experimentado por todos. Está disponível no Xbox Game Pass.

Imagem do jogo "Return to Monkey Island", um dos títulos que se destacou na Gamescom 2022
Imagem do jogo "Return to Monkey Island" - Divulgação

"MultiVersus"

PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series e PC (grátis)

Um dos jogos de maior sucesso nos últimos anos é "Fortnite", que coloca cem jogadores para competir em um cada um por si, no qual vence quem sobreviver até o final. Mais recentemente, o game passou a incluir personagens de outras franquias, como "Star Wars", "Witcher", "DragonBall Z", heróis da Marvel e até o Chapolin Colorado.

"MultiVersus" é um jogo de luta que segue o mesmo caminho, colocando personagens licenciados pela Warner, como super-heróis da DC e de séries como "Game of Thrones", para decidir as diferenças na porrada. Lançado em julho desse ano, "MultiVersus" bateu a marca de 20 milhões de usuários em menos de um mês, uma audiência parecida com o lançamento de "Fortnite".

"Pokémon Scarlet & Violet"

Nintendo Switch (R$ 299)

Apesar dos diversos problemas técnicos apresentados no lançamento, os games da nova geração de "Pokémon" continuam a conquistar fãs no mundo todo. Com 10 milhões de cópias vendidas em apenas três dias, o primeiro título da série com um mundo aberto tornou-se o mais rápido a atingir a marca em um console da Nintendo na história. O sucesso comercial demonstra que as grandes franquias dos videogames ainda importam.

Entre os pontos que agradaram os fãs estão a diversidade de atividades do novo título e a sensação de liberdade que o formato de mundo aberto deu para o game. Além disso, a Game Freak e a Nintendo finalmente reconheceram os defeitos do lançamento e prometeram uma série de atualizações para que bugs e problemas gráficos sejam corrigidos.

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