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Bilionário fundador da Kakao é preso em caso de manipulação de ações de K-pop

Chefe da empresa sul-coreana de internet nega envolvimento em atividades ilegais

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Song Jung-a
Seoul | Financial Times

O bilionário fundador da principal empresa de internet da Coreia do Sul, a Kakao, foi preso sob acusação de suposta manipulação de ações durante a acirrada batalha de lances do ano passado por uma agência de K-pop.

O Tribunal do Distrito Sul de Seul (Coreia do Sul) emitiu o mandado de prisão nesta terça-feira (23) para Brian Kim, citando preocupações com destruição de provas e risco de fuga. É o mais recente desdobramento legal para o grupo de internet, que enfrenta escrutínio regulatório.

Kakao assumiu o controle da SM Entertainment no ano passado, após vencer uma intensa disputa de lances com a Hybe, a agência por trás da sensação do K-pop BTS. No entanto, os reguladores financeiros acusaram executivos da Kakao de comprar 240 bilhões de wons (US$ 173 milhões) em ações da SM para minar a oferta pública da Hybe.

Um bebê brinca com uma instalação de personagem Kakao Friends no edifício de escritórios Kakao Pangyo Agit, em Seongnam
Um bebê brinca com uma instalação de personagem Kakao Friends no edifício de escritórios Kakao Pangyo Agit, em Seongnam. O bilionário fundador do conglomerado de internet sul-coreano Kakao foi preso, acusado de manipular os preços de ações durante a aquisição do K-pop SM Entertainment - ANTHONY WALLACE/AFP

Kim negou envolvimento em quaisquer atividades ilegais relacionadas à aquisição da SM. O diretor de investimentos da Kakao, Bae Jae-hyun, está sendo julgado por seu envolvimento no caso. Bae também negou qualquer irregularidade.

Kim é celebrado como um dos empresários de internet mais bem-sucedidos do país após criar o popular aplicativo de mensagens da Kakao em 2010. Ele é um dos poucos bilionários autodidatas da Coreia do Sul —uma conquista rara em um país onde a economia é dominada por um punhado de grandes conglomerados familiares conhecidos como chaebol.

Ele saiu da pobreza para construir um grupo de internet cujos negócios vão desde mídias sociais e portais de internet até bancos online, compras e jogos. A Kakao é agora o 15º maior conglomerado do país em ativos, de acordo com a Comissão de Comércio Justo da Coreia.

Kim é o empresário mais proeminente a ser detido na Coreia do Sul em anos. O presidente da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, foi preso em 2017 por acusações de corrupção, mas foi posteriormente perdoado. Atualmente, há um caso separado contra ele alegando manipulação de preços de ações e fraude contábil.

A rápida expansão da Kakao ao longo da última década tem gerado críticas de que o grupo está prejudicando lojas físicas locais. Ele se tornou um alvo à medida que as autoridades sul-coreanas fortalecem as regulamentações contra os gigantes da internet.

Os problemas legais de Kim lançam uma sombra sobre as perspectivas de negócios da Kakao em um momento em que o grupo está acelerando investimentos em inteligência artificial e expandindo sua presença no exterior com quadrinhos digitais conhecidos como webtoons. A Kakao planeja introduzir novos serviços de IA este ano.

Em comunicado, a Kakao disse que fará o melhor para minimizar qualquer vácuo de liderança.

Kim é o maior acionista da Kakao: ele e suas partes afiliadas possuem uma participação de 24%. Se considerado culpado, ele pode perder o controle do banco online KakaoBank —aqueles condenados por crimes financeiros são impedidos de possuir uma participação superior a 10% em um banco, de acordo com as leis sul-coreanas.

O preço das ações da Kakao caiu 77% desde que atingiu patamar recorde em 2021, resultando em uma avaliação de mercado atual de 17,4 trilhões de wons. Suas ações caíram 4,6% na terça-feira, enquanto o índice de referência Kospi subiu 0,4%.

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