Descrição de chapéu Financial Times China

Rede social chinesa cresce 20% em um ano, vale US$ 17 bilhões e atrai investidores estrangeiros

Xiaohongshu alcançou 312 milhões de usuários ativos mensais em 2023

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Eleanor Olcott
Pequim | Financial Times

A rede social Xiaohongshu tornou-se a plataforma com crescimento mais rápido da China e despertou interesse da empresa de capital de risco DST Global, em um raro exemplo de investidores estrangeiros colocando dinheiro em uma empresa de tecnologia que costumava ser evitada em virtude da repressão do governo chinês.

A rede de compartilhamento de fotos e vídeos, extremamente popular entre as moradoras das cidades, organizou vendas de participações de ações existentes nas últimas semanas para investidores atuais e novos, que avaliaram a empresa em US$ 17 bilhões (R$ 91,77 bilhões), de acordo com três pessoas com conhecimento do assunto.

A imagem mostra duas pessoas segurando smartphones. A pessoa à esquerda está assistindo a um vídeo de um homem falando, com legendas na parte inferior da tela. A pessoa à direita está visualizando uma imagem de uma paisagem com montanhas e um lago. Ambas as telas dos smartphones estão ligadas e exibem conteúdos diferentes.
Casal utiliza a rede social Xiaohongshu para buscar dicas sobre restaurantes e compras - Tyrone Siu/Reuters

A DST foi criada por Yuri Milner, um russo radicado em Israel, e um antigo investidor no Facebook. A empresa participou da rodada junto com a HongShan, que tem sede em Hong Kong e era chamada de Sequoia China, que aumentou sua participação existente.

Além da DST Global, as empresa chinesas de private equity Hillhouse Investment, Boyu Capital e Citic Capital também investiram na Xiaohongshu. O tamanho do investimento da DST não pôde ser determinado.

Xiaohongshu, DST, HongShan e Citic se recusaram a comentar. Hillhouse e Boyu não responderam aos pedidos de comentário.

O investimento do DST Global ocorre após a Xiaohongshu, que pode ser traduzido como "pequeno livro vermelho", ter se tornada lucrativa em 2023. A rede social obteve lucro líquido de US$ 500 milhões no ano passado, com receitas de US$ 3,7 bilhões, informou anteriormente o Financial Times. Em 2022, a empresa havia tido uma perda de US$ 200 milhões em receitas, que chegavam a US$ 2 bilhões.

Além do DST, Xiaohongshu tem outros investidores como o grupo de capital de risco GSR Ventures, o grupo Temasek (ligado a uma estatal de Singapura) e os gigantes da internet Tencent e Alibaba.

O apoio pouco usual de dois grandes grupos chineses indica que é improvável que a rede social seja um alvo de aquisição para qualquer um dos grupos, já que há um veto que o grupo seja vendido para um rival, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

Os investidores estão apostando que Xiaohongshu é um dos poucos unicórnios de tecnologia chinesa que podem esperar uma oferta pública inicial de grande sucesso após apresentar um forte crescimento.

Xiaohongshu alcançou 312 milhões de usuários ativos mensais em 2023, um aumento de 20% em relação ao ano anterior, tornando-se a rede social de grande porte de crescimento mais rápido na China no ano passado, com base em cálculos do Financial Times.

No auge das avaliações de startups de internet chinesas em 2021, a Xiaohongshu foi avaliada em US$ 20 bilhões em uma rodada de captação de recursos que incluiu a Temasek.

O valor de mercado caiu para US$ 14 bilhões no final do ano passado, em dois negócios separados onde a VC Gaorong Capital, com sede em Pequim, e a HongShan compraram participações da Genesis Capital, com sede na China, e da Granite Asia, anteriormente conhecida como GGV, respectivamente, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

Genesis Capital, Gaorong Capital e Granite Asia não responderam aos pedidos de comentário.

A confiança dos investidores em Xiaohongshu foi reforçada por seu forte desempenho financeiro e esperanças renovadas de que Pequim possa novamente olhar favoravelmente para investimentos estrangeiros em grandes empresas de tecnologia.

Já se passaram três anos desde o desastroso IPO em Nova York do grupo de transporte por aplicativo DiDi, que mais tarde foi retirado da lista de oferta ao se tornar uma das vítimas de uma repressão mais ampla de Pequim aos gigantes da tecnologia do país.

Um investidor alertou que a riqueza de informações do consumidor de Xiaohongshu poderia complicar quaisquer planos prospectivos de lançar um IPO no exterior, dadas as restrições de Pequim sobre o compartilhamento de dados entre países.

Xiaohongshu é usado como um manual de referência para viajantes chineses internacionais em busca de dicas de restaurantes e compras. A empresa tem expandido sua equipe de desenvolvimento de negócios no exterior para explorar mercados populares entre turistas chineses e trazer mais anunciantes para a plataforma, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto.

Xiaohongshu também se tornou importante para os varejistas que procuram aumentar seu público e tem promovido startups de inteligência artificial em sua plataforma em troca de participação acionária, informou anteriormente o FT.

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