Companhia low cost Flybondi cobra por check-in no balcão, lanche e até água

Em operação no Brasil desde outubro, empresa inaugura voo entre São Paulo e Buenos Aires

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Buenos Aires

Quem viaja pela companhia aérea argentina Flybondi não pode esperar mordomia. Nas aeronaves, não há divisão por classes nem sistema de entretenimento de bordo.

Se quiser escolher o assento, o passageiro paga uma taxa extra. Se preferir fazer o check-in no aeroporto, também. Não tem lanche de graça e até a água é cobrada.

A passagem, como em qualquer outra empresa low cost, só garante o lugar no avião. A ideia é reduzir ao máximo os custos operacionais para baratear as tarifas.

A Flybondi começou a voar ao Brasil em outubro. No fim de janeiro, inaugurou o trecho São Paulo-Buenos Aires. 

A companhia oferece ainda voos para a capital argentina a partir do Rio e de Florianópolis (só durante o verão). Em março, passa a operar em Porto Alegre.

As rotas têm como destino o aeroporto El Palomar, a 18 quilômetros de Buenos Aires. O terminal, que já foi uma base militar, também é usado pela low cost chilena JetSmart

Em São Paulo, os voos da Flybondi saem do aeroporto internacional de Guarulhos às segundas, quartas e sextas. A partir de março, serão quatro partidas por semana. 

Esta repórter viajou no voo que inaugurou a rota, em 24 de janeiro. Três dias depois, também voltou pela companhia, que tem uma frota de cinco aviões Boeing 737-800 NG, cada um com 189 assentos.

O espaço entre as poltronas não é diferente do disponível na classe econômica de outras companhias. O passageiro pode reclinar o encosto, o que às vezes não é possível em aeronaves de empresas low cost.

Para comprar comida a bordo, é preciso pagar com pesos argentinos. Por enquanto, não são aceitos reais nem cartões.

Uma garrafa de água custa 110 pesos, ou R$ 7,68. Um macarrão instantâneo sai por 140 pesos (R$ 9,78) e um combo, que incluiu um pacote de salgadinho e um refrigerante, por 200 pesos (R$ 13,98).

A única distração oferecida durante a viagem de menos de três horas é uma revista com textos em espanhol e em português. E quem quiser usar o celular deve levá-lo carregado —não há tomadas no avião.

As aeronaves da Flybondi ficam pouco tempo em solo entre uma viagem e outra —em média, 30 minutos. Com isso, a empresa busca aumentar a eficiência da frota e diminuir as taxas aeroportuárias. 

Outro fator que ajuda a reduzir os custos é a operação no aeroporto El Palomar, bem menor do que os outros que atendem a capital argentina —de Ezeiza e Aeroparque.

O terminal lembra uma rodoviária de cidade pequena. Tem só o andar térreo, sem fingers (as pontes que ligam o avião ao aeroporto). 

Na imigração, há quatro guichês. Na ida, a repórter enfrentou uma fila de 20 minutos. Na volta, não teve espera.

A sala de embarque internacional é uma só e não há cadeiras para todos os passageiros. Ali, um carrinho de lanches é a única opção de alimentação dentro do terminal, fora as máquinas que vendem salgadinhos, refrigerantes e café.

Do lado externo, um food truck serve saladas, tortas e hambúrgueres. Ao redor dele, viajantes aguardam seus voos em bancos ou no gramado. 

Não há casa de câmbio nem lojas. Apesar da falta de serviços, a estrutura do aeroporto é nova e tem wi-fi gratuito. 

A 150 metros, está a estação El Palomar, onde passa a linha San Martín, que chega em cerca de 40 minutos à estação Retiro, no bairro de mesmo nome, em Buenos Aires. O bilhete custa 33 pesos (R$ 2,31).

Há ainda um transfer que leva ao centro da cidade. Custa R$ 16,50 e deve ser reservado no site da Flybondi, na hora da compra do bilhete aéreo.

A empresa vende passagens só por meio da plataforma online. Assim, não precisa pagar comissões a intermediários. 

Em pesquisa feita no dia 3 de fevereiro, foi possível encontrar opções a partir de R$ 357 por trecho, incluídas as taxas. O pagamento não pode ser parcelado.

Para fazer o check-in no aeroporto, o passageiro paga R$ 11. Para ter direito a escolher o assento, R$ 9. Se optar por um lugar nas três primeiras fileiras, o valor é R$ 47; da quarta até a 14ª, R$ 39; e na saída de emergência, R$ 43. 

O preço para despachar uma mala de até 20 kg é R$ 100. Em voos que partem do Brasil ou chegam aqui, o viajante pode levar na cabine uma bagagem de 45 cm x 25 cm x 55 cm, com no máximo 10 kg.

Em viagens internacionais, é proibido levar líquidos com mais de 100 ml nos pertences de mão. Apenas na volta da Argentina, a Flybondi, assim como outras empresas, permite o transporte dentro da cabine de até cinco litros de vinho ou de outras bebidas com teor alcoólico de no máximo 70%, em garrafas de até um litro devidamente lacradas.

A jornalista viajou a convite da Flybondi

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