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Ilha da Madeira une charme europeu, natureza dos trópicos e Cristiano Ronaldo

Turistas, desde que vacinados, já são aceitos, e Coronavac está entre os imunizantes autorizados

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Funchal (Madeira)

Desbancando Ibiza, Santorini e outros destinos badalados, a Ilha da Madeira foi eleita o melhor destino insular da Europa por cinco anos, entre 2016 e 2020, no World Travel Awards, o “Oscar do turismo”.

Parte de um arquipélago mais próximo da África do que da Europa, a ilha une o charme da arquitetura europeia com as belezas naturais dos trópicos. Não por acaso, seu apelido é "pérola do Atlântico".

O clima —em geral entre 17ºC e 25ºC— garante natureza exuberante e festas de rua durante o ano todo —o Réveillon e o Carnaval são os pontos altos do calendário e requerem reservas com antecedência.

O arquipélago é formado por oito ilhas, mas apenas duas são habitadas: a da Madeira, maior, mais populosa e onde fica a capital, Funchal, e a ilha do Porto Santo, que, apesar de ter apenas 42,5 km², reúne diversas atrações para os amantes da natureza.

O turismo, antes focado em visitantes mais velhos e com maior poder aquisitivo, tem se reinventado e rejuvenescido com a chegada das companhias aéreas de baixo custo e dos amantes de futebol.

Terra natal de Cristiano Ronaldo, a Madeira não esconde o carinho por seu nativo mais ilustre. A começar pelo aeroporto, rebatizado em 2017 com o nome do atacante do Manchester United. Somam-se a isso ainda o museu CR7, um hotel 4 estrelas temático e diversas referências nas ruas e no comércio local.

Uma boa forma de começar a explorar a Madeira é pela capital. Principal porta de entrada, Funchal tem pegada cosmopolita, sempre com viajantes de diferentes nacionalidades e intensa vida cultural.

Depois de explorar as históricas ruas do centro, o Mercado dos Lavradores é parada obrigatória. Há diversos quiosques de produtores locais, nos quais é possível experimentar frutas e legumes frescos produzidos na região, como o famoso maracujá-roxo. O próprio edifício é uma atração, com grandes murais em azulejo decorado, e, para complementar a atmosfera local, funcionárias ostentam o chamado “fato madeirense”, roupa folclórica e bastante colorida.

Perto do mercado, a fábrica da Bordal, especializada na confecção do bordado da Madeira, também vale a visita. O espaço oferece roteiros guiados sobre a centenária técnica de produção, toda feita à mão.

A uma curta distância a pé, chega-se à rua de Santa Maria, onde a arte urbana mistura-se à arquitetura tradicional. Grafites, pinturas e muitas intervenções artísticas decoram portas, janelas e paredes.

À noite, a rua e suas imediações fervilham com diversos restaurantes, barzinhos e opções de lazer para quem quer conhecer um pouco da badalação madeirense. Para tomar um drinque no melhor estilo local, vale experimentar a poncha. Antes apreciada apenas pelos pescadores locais, a bebida se popularizou e pode ser encontrada em qualquer bar ou restaurante. A versão original é feita com aguardente, casca de limão e açúcar ou mel, mas já há poncha dos mais variados sabores, como maracujá e morango.

Na hora de escolher o que comer, os pratos típicos da região são sempre uma boa pedida. Como não poderia deixar de ser em uma ilha, peixes e frutos do mar são onipresentes nos cardápios. Entre os menos conhecidos no Brasil, as lapas, espécie de molusco típico da costa atlântica da Europa, destacam-se.

Ainda nas imediações, após uma breve caminhada à beira-mar, está a fortaleza de Santiago, construída no século 16 para combater invasões estrangeiras e de piratas e mercenários. Além do complexo em si, é possível apreciar a bela vista sobre a cidade e o oceano Atlântico.

A freguesia do Monte, na parte alta da cidade, também é parada obrigatória. Além da igreja de Nossa Senhora do Monte e de um teleférico com vista panorâmica para o mar, o destaque da região é o passeio nos chamados carros de cesto do Monte. O programa consiste em ir ladeira abaixo a bordo de um carrinho artesanal, espécie de trenó de vimes e de madeira pilotado por “carreiros” em trajes típicos.

Os carros de cesto começaram a ser usados no século 19 como meio de transporte de pessoas e de mercadorias. Há várias décadas, no entanto, são restritos ao segmento turístico.

Os veículos percorrem cerca de 2 km em dez minutos, com direito a muitas curvas e estradinhas tortuosas: garantia de um pouco de adrenalina e belas paisagens pelo caminho.

A cerca de 15 km de Funchal, no município de Câmara dos Lobos, fica outra atração para quem gosta de aventura: o cabo Girão. Com 580 metros de altura, trata-se do cabo mais alto da Europa. No topo, há uma passarela suspensa de vidro que dá aos visitantes a sensação de flutuar sobre o oceano.

A cerca de 4 km dali, a Fajã dos Padres também impressiona pela vista e pelo teleférico panorâmico.

Outro visual é o do mirante (ou miradouro, como se diz em Portugal) do Pico do Areeiro. Instalado a uma altura de 1.818 metros, o local permite contemplar sem obstáculos o maciço central da Ilha da Madeira. Antes de partir para lá, porém, é importante checar a previsão do tempo. Há dias em que a neblina impede a visibilidade, o que torna o passeio bem menos interessante.

A diversidade de paisagens e os altos e baixos da ilha fazem com que trilhas e circuitos de caminhada sejam uma outra atração muito popular. Entre os roteiros mais interessantes estão as chamadas levadas. Originalmente, elas eram apenas o antigo sistema de irrigação da ilha, que coletava água em pontos altos e mais chuvosos e a distribuía pelas zonas de cultivo agrícola e de menor precipitação.

Ao longo do tempo, esses canais passaram a ser rotas de caminhadas. Há desde percursos extensos e famosos, como a levada da serra do Faial, até roteiros menores e com alto nível de dificuldade.

As levadas estão espalhadas por toda a ilha, com destaque para os percursos na floresta Laurissilva –declarada patrimônio da Unesco desde 1999. Para completar a lista de opções para aproveitar a natureza, a Madeira tem várias opções de praias. O destaque fica por conta da temperatura da água, que, por influência da corrente quente do Golfo do México, tem médias de 22ºC no verão e 18ºC no inverno.

CR7 MANIA

Nascido e criado na Madeira, o jogador é lembrado por toda a ilha. Após desembarcar no Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo, o visitante pode conhecer um museu dedicado à vida e à carreira do craque. O espaço exibe todas as Bolas de Ouro e demais prêmios conquistados por CR7. Além de um espaço de homenagens feitas por fãs, há ainda duas estátuas em tamanho natural de Ronaldo.

Quem se hospeda no Pestana CR7 –hotel temático que o jogador tem em parceria com a maior rede hoteleira lusa– ganha um ingresso gratuito para a experiência museológica. Com ampla vista para o mar e decoração descolada, o hotel também virou point para os jovens de passagem pela ilha.

Em frente ao museu e ao hotel, localizados perto do porto e em uma das áreas mais nobres do Funchal, há ainda uma grande estátua de 3,4 metros em bronze do atacante.

DESLOCAMENTO

O centro do Funchal é relativamente compacto e bastante amigável para explorar a pé, por meio de transportes públicos ou de táxi. Para o resto da ilha, no entanto, as opções são mais complicadas.

A maneira mais comum é alugar um carro para explorar todas as atividades. Por isso, muitas agências de viagem e guias locais oferecem passeios já com serviço de transfer incluído. Esta opção é particularmente interessante para quem deseja incluir degustações do tradicional vinho da Madeira no roteiro.

Para se deslocar entre a Madeira e a ilha do Porto Santo, há duas opções: avião ou ferry. A viagem aérea dura cerca de 25 minutos, e o percurso de barco, aproximadamente duas horas e meia.

MEDIDAS ANTI-COVID-19

Fortemente calcada no turismo, a economia da Madeira foi atingida com força pela pandemia de Covid, mas o setor já dá sinais de recuperação, amparado pela gestão da situação epidemiológica.

Embora a distância geográfica contribua para a controlar o vírus, as autoridades foram rápidas em implementar (antes mesmo do governo português) a exigência de apresentação de um teste PCR negativo para visitar o território. O governo exige que o exame seja feito até 72 horas antes da chegada à Madeira.

Quem está em Portugal pode realizá-lo gratuitamente em laboratórios parceiros do governo da Madeira –a lista e as informações para agendamento estão disponíveis neste link.

Viajantes sem exames prévios para o coronavírus podem fazer o teste, sem custos, logo após o desembarque. Neste caso, porém, é obrigatório esperar em isolamento, que pode ser feito no próprio hotel da estadia, até a confirmação do resultado, que sai em no máximo 12 horas.

Viajantes completamente vacinados ou portadores do certificado digital europeu –documento comum aos países da União Europeia, popularmente conhecido como passe sanitário ou passaporte de imunidade– estão isentos da obrigatoriedade de apresentação do teste.

A Madeira aceita o comprovante de vacinação internacional emitido por outros países, inclusive do Brasil, e a Coronavac está incluída na lista de imunizantes que dispensam a obrigatoriedade de testes na ilha.

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