Conheça dez cidades históricas imperdíveis para visitar no Brasil

País abriga 88 conjuntos urbanos tombados nas cinco regiões que trazem influência de vários povos

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São Paulo

Os séculos de história do Brasil podem ser revisitados em pelo menos 88 conjuntos urbanos que foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Tamanha quantidade torna o ato de selecionar só dez cidades históricas uma tarefa difícil.

Pensando nisso, no segundo capítulo da série sobre cem lugares imperdíveis do país, a Folha montou um guia inicial contemplando todas as regiões brasileiras e diferentes épocas para inspirar o leitor a redescobrir de perto o seu passado.

Ruínas em São Miguel das Missões (RS), povoado formado no século 17 onde há uma catedral e casas construídas pelos jesuítas
Ruínas em São Miguel das Missões (RS), povoado formado no século 17 onde há uma catedral e casas construídas pelos jesuítas - Wikimedia Commons

Belém (PA)

Principal ponto turístico da capital paraense, o atual Mercado Ver-o-Peso existe desde 1901. Mas as atividades que ele abriga já aconteciam ali em 1625, quando a região se transformou num importante entreposto comercial entre a Europa e a Amazônia. Mais tarde, no ciclo da borracha, a belle époque influenciou a construção de edifícios luxuosos como o Palácio Antônio Lemos (hoje o Museu de Arte da cidade) e o Theatro da Paz, que na época deram a Belém a fama de "Paris Tropical".

São Luís (MA)

Apesar de ter sido fundada pelos franceses em 1612, a cidade se desenvolveu a partir dos planos portugueses. O tecido urbano de então segue intacto, fazendo da capital maranhense uma das mais preservadas entre os sítios históricos do país. Seu conjunto arquitetônico se destaca por varandas de madeira com gradis e pelas fachadas azulejadas que se tornaram a marca da cidade. Atravessando a baía de São Marcos, a pequena Alcântara também ajuda a contar a história da região, mas com uma vibe mais de vilarejo.

Olinda (PE)

Fundada como povoado em 1535, a cidade foi incendiada pelos holandeses um século depois. A devassa varreu boa parte da arquitetura quinhentista da vila, mas não tudo. A Igreja da Sé, a maior da sua época, e o Convento de São Francisco, construídos ainda no século 16, ainda estão lá compondo conjunto que fez de Olinda o segundo centro histórico do Brasil a ser declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1982.

São Cristóvão (SE)

Entre 1580 e 1640, Portugal e Espanha formavam uma única coroa, que julgou estratégico dominar a área entre Salvador e Olinda. Foi então que São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil, tombada pelo Iphan desde 1967, foi fundada. Essa influência espanhola, incomum em outros locais históricos brasileiros, ainda pode ser observada na arquitetura dos edifícios que circundam a praça de São Francisco, declarada Patrimônio da Humanidade.
Acesso pela Rodovia SE-065, a 20 km de Aracaju

Salvador (BA)

Foi na Baía de Todos os Santos que se firmou a primeira capital da América portuguesa, em 1549. Os casarões coloniais nas ladeiras do Pelourinho e igrejas como a de São Francisco, com 400 quilos de ouro adornando seu interior, são relíquias dessa época. Do outro lado da baía, Itaparica também guarda um valioso conjunto histórico, que inclui a Igreja de São Lourenço, de 1610, e o forte homônimo, de 1711.

Ruas do Pelourinho, no centro histórico de Salvador
Ruas do Pelourinho, no centro histórico de Salvador - Rafael Martins/ Folhapress

Cidade de Goiás (GO)

Fundada em 1727 pelos bandeirantes, a Cidade de Goiás foi a sede da capitania e capital do estado até a década de 1930. As charmosas ruas de pedra e as casinhas coloniais do século 18 seguem preservadas, inclusive a que abriga o Museu Casa de Cora Coralina, onde por muitos anos viveu a poeta. A depender da viagem, vale a pena incluir no roteiro a bucólica Pirenópolis, a cerca de 150 km dali.
Acesso pela Rodovia GO-070, a 140 km de Goiânia

Serro (MG)

Quando o Brasil se tornou uma república e o progresso mineiro se deslocou para outras regiões do estado, Serro estagnou —o que ajudou a preservar a cidade exatamente como ela era nos séculos 18 e 19. Embora seja menos famosa que a vizinha Diamantina, o nível de conservação do conjunto arquitetônico e até das pinturas nos forros de igrejas como a do Senhor Bom Jesus do Matozinhos e de Nossa Senhora do
Carmo, além dos quejos premiados, fazem a visita valer.
Acesso pela Rodovia MG-010, a 228 km de Belo Horizonte

Ouro Preto (MG)

No século 18, a cidade chegou a ser a mais populosa da América Latina. Do traçado original das ladeiras de pedra e seu casario com telhas de barro e esquadrias coloridas às obras-primas do barroco mineiro, como a Igreja de São Francisco de Assis, tudo permanece como era pelo menos desde a década de 1930, quando a cidade começou a ser tombada. Para reviver o charme dos tempos passados, vale fazer o passeio de trem até Mariana e explorar Congonhas, onde a Basílica Bom Jesus de Matosinho abriga as obras de Aleijadinho.

Paraty (RJ)

Paraty foi um importante ponto do tráfico de escravizados e de escoamento de ouro e café. A miscigenação dos diferentes povos que a atravessaram por tanto tempo suas riquezas naturais criou uma integração excepcional entre patrimônios culturais e naturais, levando a Unesco a declarar a região como o primeiro sítio de patrimônio misto do mundo.

São Miguel das Missões (RS)

Na época da colônia, os padres jesuítas criaram dezenas de povoados entre Paraguai, Argentina e Brasil. Sete deles estão hoje no Rio Grande do Sul, como em São Miguel das Missões, a 480 km de Porto Alegre, onde as ruínas de um antigo templo e de outras construções formam um sítio arqueológico.
Acesso pelas Rodovias BR 285 e RS-536, a 55 km de Santo Ângelo, que recebe voos diretos de Porto Alegre (Azul) e São Paulo (Gol)


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