Caraíva oferece vivências como banho com ervas medicinais e passeio em rio

Vilarejo em Porto Seguro agrada tanto aos amantes de mar como aos interessados em experiências culturais e ecológicas

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Caraíva (BA)

Areia fofa e mar verde-esmeralda distribuídos em aproximadamente 90 quilômetros de litoral consolidam o município de Porto Seguro, na Bahia, como destino de sol e praia, mas a cidade (a pouco mais de 590 km da capital, Salvador) procura atrair e fidelizar visitantes de outros segmentos turísticos.

O investimento mais recente é no nicho rural, no distrito de Vale Verde, onde é possível conhecer fazendas e experimentar laticínios e cosméticos feitos com leite de búfala, por exemplo. A região está próxima a Trancoso, cuja demanda é garantida por praias paradisíacas, como a dos Coqueiros, e pela noite agitada.

Praia da Barra, ao lado da praia de Caraíva, no litoral sul de Porto Seguro
Praia da Barra, ao lado da praia de Caraíva, no litoral sul de Porto Seguro - Eduardo Knapp/Folhapress

No litoral sul, por outro lado, a vila de Caraíva atende tanto quem não abre mão do pé na areia como aqueles que se interessam pelo turismo ecológico, étnico e histórico. Para o primeiro grupo, uma boa alternativa é a praia da Barra, contornada pelo encontro do rio Caraíva com o Atlântico.

Já os adeptos do turismo ecológico e étnico devem dedicar uma manhã para conhecer a Reserva Pataxó Porto do Boi. A experiência pode ser feita de segunda a sábado, das 9h às 12h, por R$ 100 (adulto).

A vivência inclui pinturas com tinta natural, palestra sobre história e cultura dos indígenas pataxó, rituais de limpeza energética com canções e danças típicas, consagração do rapé (pó à base de tabaco), banho com ervas medicinais e degustação do peixe assado na folha da patioba (uma espécie de palmeira) com banana-da-terra e farinha de mandioca.

A aldeia está a 8 km da vila e um dos trajetos para acessá-la é feito de barco, pelo rio Caraíva (ida e volta custam R$ 150 por pessoa). Após o desembarque, uma pequena trilha exige atenção ao solo escorregadio, especialmente nos dias chuvosos, mas permite admirar parte da vegetação da mata atlântica.

Durante o retorno, vale aumentar a sensação de relaxamento e, por R$ 100, descer o rio em boias amarradas ao barco para aproveitar o silêncio e o ritmo calmo da água, além da vista privilegiada das margens repletas de manguezais. Ambos os passeios são operados pela Associação dos Nativos de Caraíva.

O eixo histórico é intrínseco ao local, marcado pela chegada dos portugueses ao Brasil no século 16 —não à toa, Porto Seguro faz parte da chamada Costa do Descobrimento—, e se materializa na Igreja de São Sebastião, de 1530. Os turistas de janeiro e junho podem acompanhar as festas de troca de mastro realizadas pela comunidade.

A paróquia é um dos pontos de referência de Caraíva. De lá, uma caminhada curta dá acesso à avenida dos Navegantes, lotada por opções variadas de bares, restaurantes e lojas de artesanato que desafiam o visitante a sair com poucas lembrancinhas.

Uma sugestão ali perto para hospedagem é a pousada Casa das Conchas, com diária com café da manhã para duas pessoas por R$ 1.100 (na baixa temporada) ou R$ 1.600 (na alta). Além da localização, o hóspede encontra boa estrutura —algumas suítes contam com piscinas privativas.

Saindo do centro de Porto Seguro, é possível chegar a Caraíva por terra (uma van para 15 passageiros custa R$ 850 na Cocar Turismo) ou mar (oito pessoas pagam R$ 3.500 por uma lancha na Vento Marítimo). Embarcando próximo à balsa de Arraial d’Ajuda, há um ônibus operado pela Viação Águia Azul (R$ 31,50). Os percursos por terra terminam na beira do rio Caraíva, de onde a travessia é feita de canoa (R$ 7 por pessoa).

A jornalista viajou a convite da 16ª edição do e-mundi (Encontro Mundial da Imprensa)

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