Descrição de chapéu América Latina LGBTQIA+

Conheça Puerto Vallarta, no México, que tem fama de ser a 'Cancún dos gays'

Farras hollywoodianas atraíram americanos e canadenses, que fazem do local um dos principais do turismo LGBTQIA+ no país

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Alexandre Putti
Puerto Vallarta (México)

"Aqui é uma cidade muito segura, principalmente para a comunidade LGBTQIA+." Essa é uma frase comum de se ouvir em Puerto Vallarta, cidade mexicana na costa do Pacífico que chama atenção não só por sua beleza natural, mas também por ser um enclave de diversidade sexual.

Apelidada de "a Cancún dos gays", ela fica no oeste do país, no estado de Jalisco, numa ampla baía cercada por montanhas e praias. Da capital, basta um voo de uma hora e meia para chegar até ali

Vista aérea da Playa Los Muertos, em Puerto Vallarta, no México
Vista aérea da Playa Los Muertos, em Puerto Vallarta, no México - miguelnaranjomx / adobe stock

Enquanto os arredores do aeroporto concentram os resorts mais luxuosos da região, no outro extremo da cidade, no sul, fica a Zona Romântica —assim chamada pela alta concentração de bares e bordéis.

Ao passear pela orla da praia, um grande letreiro com o nome da cidade marca o início dessa área. A partir deste ponto, é fácil de entender o porquê de a cidade atrair tantos turistas do espectro LGBTQIA+.

Lojas, padarias, lanchonetes, hotéis e até mesmo farmácias estendem bandeiras do arco-íris em suas fachadas para mostrar que ali é um ambiente seguro e preparado para essa população. Há também muitos funcionários desses locais que também fazem parte dessa população.

Mas são os bares e as boates, aberto todos os dias, que atraem a maior parte dos visitantes para ali. A rua Lazaro Cardenas, o ponto mais badalado da região, se assemelha à famosa e boêmia rua Augusta, na cidade de São Paulo, e concentra o fervo noturno.

Os bares e boates permitem que os visitantes possam sair sem ter de pagar uma nova entrada. Assim, é possível mudar de ambiente durante toda a noite e ouvir gêneros como pop e músicas mexicanas regionais, o que favorece quem quiser conhecer melhor a cultura local.

E como Puerto Vallarta se tornou um destino para a comunidade LGBTQIA+? A resposta está em Hollywood.

Elizabeth Taylor é apontada pelos moradores como uma das responsáveis pela transformação do local. Na década de 1960, ela passou a visitar a cidade. Graças às farras da atriz e de sua equipe, acredita-se que muitos gays americanos e canadenses começaram a se interessar pelo local, estabelecendo ali bares, restaurantes, baladas e hotéis para o segmento.

"Ruas repletas de grupos, casais ou viajantes solitários da comunidade tornam incrivelmente fácil fazer novas amizades, seja à beira-mar ou nos bares da região", diz Gustavo Ribeiro, advogado brasileiro que explorou a cidade em julho deste ano. "Em todos os momentos, me senti acolhido e seguro."

Embora o México registre casos de violência homofóbica, em Puerto Vallarta a história parece ser outra.

Até hoje, a maior parte dos turistas que circulam pelas ruas da pequena cidade é formada por americanos, atraídos principalmente pela facilidade de acesso —Puerto Vallarta está a no máximo quatro horas de voo de cidades como Los Angeles, San Francisco, Atlanta e Chicago. O câmbio favorável a eles também ajuda.

Vista do calçadão em Puerto Vallarta, no México
Vista do calçadão em Puerto Vallarta, no México - c13studio/Adobe Stock

O ator e produtor de conteúdo Tommy Alexander diz que esteve na cidade a primeira vez para praticar surfe, mas foi em julho deste ano que ele explorou a área da boemia.

"Há gays por toda parte, e pude perceber que os moradores se sentiam confortáveis conosco. Seja pegando um táxi ou num restaurante usando uma das minhas camisetas curtas ou camisas de tela, me senti à vontade."

Entre as opções da Zona Romântica, algumas são as mais procuradas entre os visitantes de primeira viagem.

O antigo clube noturno The Palm, agora chamado de La Noche, é um dos mais tradicionais do bairro. Foi aberto no começo dos anos 2000 e recebe tanto turistas quanto locais, que se aglomeram para curtir shows de drag queens e apreciar a vista do seu rooftop. Quem gosta de shows de drag pode se divertir também no Paco’s Ranch.

O Mr. Flamingo também é uma boa opção para quem quiser viver uma experiencia mais burlesca na cidade. O bar conta com drinques autorais e shows de strippers masculinos, que deslizam de cueca e salto alto nos bastões de pole dance.

Os preços variam, mas são mais altos comparados aos de outras regiões do país. Uma cerveja custa em torno de R$ 15 e um drinque pode chegar a R$ 40.

Para comer, a cidade tem muitas opções de comida de rua que são mais baratas, em torno de R$ 20. Já um jantar em restaurantes da região pode sair por cerca de R$ 120 por pessoa.

Para apreciar o dia, a Playa de Los Muertos é o principal ponto de encontro para a comunidade LGBT. É uma praia que oferece a ferveção típica dos balneários gays, com música eletrônica, bebida e paquera.

Aos fins de semana as praias costumam ficar mais cheias, com turistas de todo o mundo. Para poder se sentar nas confortáveis cadeirais oferecidas pelos resorts, o visitante precisa desembolsar R$ 30 mais o que for consumir.

Para os dias que pedem mais sossego, vale visitar a Praia Conchas Chinas ou a Praia de Las Gemelas, ambas cercadas por paisagens naturais e com mais tranquilidade. Há também a opção de trilhas e cachoeiras. A mais famosa e requisitada da cidade é a Paolo Maria. A trilha para ter acesso às águas cristalinas do local se inicia em frente ao hotel Garza Blanca.

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