Procurador da Davati no Brasil, empresa que negociava 400 milhões de doses de vacinas com o governo Jair Bolsonaro sem nunca ter revelado onde as conseguiria, Cristiano Hossri Carvalho foi acusado na Justiça de vender catracas em nome de uma empresa que não as comercializava.
A empresa BST Butler demitiu Carvalho, que era diretor, por justa causa em 2015 após constatar que ele havia solicitado e recebido reembolso de um valor já quitado, valendo-se supostamente de sua posição privilegiada, já que ele autorizava tais pagamentos. Ele contestou a justa causa, mas a Justiça deu razão à empresa.
No processo, uma das testemunhas da empresa, que vendia equipamentos de abertura biométrica de portões, diz que a equipe de Cristiano, entre outras irregularidades, vendia “produtos que não eram” da BST, como catracas, e que leu emails em que o então diretor tratava dessas vendas.
Carvalho deve ser ouvido pela CPI da Covid na sexta-feira (16).
Ele é o elo da Davati com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti Pereira, que diz também ser representante da empresa no Brasil. Dominghetti afirma ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato de 400 milhões de doses de vacina com o Ministério da Saúde.
O pedido teria partido de Roberto Ferreira Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, que confirma a reunião com Dominghetti, mas nega a solicitação.
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