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Avião da NoAr sofreu pane na turbina antes da queda em PE
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FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
O avião LET-410 da NoAr Linhas Aéreas, que caiu em Recife em 13 de julho de 2011, matando seus 16 ocupantes, sofreu uma pane no motor esquerdo logo após a decolagem, devido à quebra de uma das 55 palhetas da turbina.
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A peça, que se assemelha a uma pequena hélice, se rompeu com 30 segundos de voo, provocando danos em toda a estrutura ao seu redor. A aeronave caiu em um terreno baldio, quatro minutos após decolar.
As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, em Recife, pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que apura o caso.
Segundo o coronel Fernando Silva Alves de Camargo, investigador do órgão, a palheta já havia sido usada em um avião russo e foi instalada no LET-410, de forma legal, durante um trabalho de manutenção na turbina, quatro dias antes do acidente.
Exames revelaram que a peça se rompeu em sua base, devido a uma "fratura provocada por fadiga" do material metálico.
Com 1.975 horas de uso --cerca de 50% da sua vida útil--, a palheta passou sem problemas por testes obrigatórios para o seu reaproveitamento, realizados pelo fabricante do motor, informou o Cenipa. O nome do fabricante não foi divulgado.
Para o investigador, a fissura pode ter sido provocada por vibrações geradas pelo encaixe incorreto na turbina do avião russo. Na aeronave da NoAr, a peça foi usada por apenas 27 horas, tempo que seria insuficiente para provocar o problema.
PROCEDIMENTOS
O Cenipa, entretanto, não aponta a quebra da turbina esquerda como a responsável pelo acidente. O aparelho, informou, tinha capacidade de retornar ao aeroporto com apenas um motor. E a turbina direita, disse o coronel, funcionava normalmente.
As investigações indicam que ao menos um procedimento de segurança deixou de ser realizado pelos pilotos durante a pane --o desligamento de um dispositivo para impedir que o aparelho oscilasse em torno do seu próprio eixo.
Os peritos apuram se os pilotos foram induzidos a erro devido a informações discrepantes encontradas no manual de voo, na lista de procedimentos de emergência e no programa de treinamento --todos emitidos pelo fabricante do avião, da República Tcheca.
"Os pilotos não seguiram o procedimento do manual nem seguiram integralmente o checklist [lista de procedimentos]", disse o investigador. "É possível que a diferença da documentação tenha prejudicado o condicionamento deles", declarou.
Ainda de acordo com o perito, o piloto que comandava o voo da NoAr passou por um treinamento de ação em caso de falha de motor durante a decolagem, mas o mesmo não ocorreu com o copiloto.
A assessoria da NoAr informou que a empresa não se manifestaria sobre o caso porque o Cenipa ainda não concluiu seu trabalho. A reportagem não localizou o representante do fabricante do avião no Brasil.
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