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Região serrana do Rio já registra 718 mortos em decorrência das chuvas
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DE SÃO PAULO
DO RIO
DE BRASÍLIA
As cidades de Petrópolis e Teresópolis confirmaram mais mortes em decorrência das chuvas na tarde desta quarta-feira. Dessa forma, subiu para 718 o total de óbitos na região serrana do Rio.
Moradores montam brigadas para evitar saques no Rio
Doenças preocupam, mas nem todos se previnem
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Veja cobertura sobre chuvas na região serrana do Rio
A cidade que acumula o maior número de mortos é Nova Fiburgo (339), seguido por Teresópolis (295), Petrópolis (63) e Sumidouro (21).
Além disso, o PIV ( Programa de Identificação de Vítimas), do Ministério Público do Rio, aponta outras 207 pessoas desaparecidas na região. Os dados ainda não levam em conta os números de Petrópolis. A lista é frequentemente atualizada e pode ser consultada no site do Ministério Público.
O número de desalojados e desabrigados também é impreciso. A Defesa Civil estadual soma mais de 10 mil. Mas segundo as prefeituras são mais de 20 mil. Estão sendo cadastradas pessoas que chegam a abrigos improvisados ou à casa de parentes.
BUSCAS
Presidente da Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio), Icaro Moreno disse ontem que corpos podem não ser localizados. As equipes de socorro afirmam que muitos lugares ainda são de difícil acesso. Para agravar a situação, ontem à tarde choveu forte na região, por uma hora. Em Teresópolis, os voos dos helicópteros do Exército foram suspensos.
Mesmo quando os cadáveres chegam ao IML, há dificuldades na identificação. A Polícia Civil enviou para a região reforço com 20 peritos e papiloscopistas, mas o processo em alguns casos é demorado devido ao estado de decomposição dos corpos.
PREJUÍZO
Devastadas, as cidades da região serrana também sofreram o esvaziamento de uma de suas principais atividades econômicas, o turismo: 95% das reservas até o fim de janeiro foram canceladas e 80% até o final do verão.
O setor contabiliza perdas de R$ 50,4 milhões só em faturamento dos hotéis e estima que a região só se recuperará completamente para receber turistas na temporada de inverno, no meio do ano.
O pior prognóstico é para o centro de Nova Friburgo. A maior atração, o teleférico, foi danificada, e hotéis tiveram desabamentos ou estão com o acesso comprometido.
Os prejuízos, porém, não se restringem ao turismo. A Firjan, a federação das indústrias do Estado, calcula perdas de R$ 153,4 milhões na produção, em matéria-prima e produtos estocados.
Segundo a entidade, 62% das indústrias sofreram com falta de energia, alagamentos, problemas de acesso, escoamento da produção e falta de funcionários.
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Criança observa casas populares construídas em Teresópolis; mais de 700 já morreram na região serrana do Rio |
SAQUES
Utilizando apitos e porretes, moradores de áreas atingidas pelos deslizamentos começaram a montar brigadas para evitar saques. No bairro Caleme, um dos mais atingidos de Teresópolis, um grupo formado por cerca de 15 homens trabalha do começo da noite até o início da manhã, todos os dias.
Seus componentes têm ajuda de dois carros da polícia, que também montam guarda na entrada do bairro. O objetivo é evitar saques nas casas destruídas e nas poucas que ficaram de pé.
Originalmente ocupada por chácaras e grandes casas, o Caleme abriga atualmente residências populares. A estrada do Triunfo, principal do bairro, ficou desfigurada. Ali, a queda de uma barreira arrastou 30 casas na madrugada do dia 11.
Caio Guatelli/Folhapress | ||
Homem sobre laje da casa da qual resgatou 11 pessoas vivas durante os deslizamentos que atingiram Nova Friburgo |
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