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11/04/2011 - 13h30

Mesmo com tragédia, pai diz que vai manter filho em escola

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DA AGÊNCIA BRASIL
DE SÃO PAULO

Pai do adolescente Roger, de 15 anos, um dos estudantes que avisaram a polícia sobre o tiroteio na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Renato Cunha, voltou hoje ao colégio para recolher o material do filho. No final da manhã, a escola passou a liberar a entrada dos pais.

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A mochila de Roger, que ainda tem manchas de sangue, será descartada para que o garoto não se lembre da tragédia. "Vou tirar o material que está aqui dentro e vou jogar a mochila fora", disse o pai do adolescente.

Roger estava em uma das salas em que o atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, entrou e matou parte das 12 crianças. Ele e seu irmão, que também estuda na escola, não querem mais entrar na Tasso da Silveira. "Eles não querem nem passar pelas ruas perto", afirma o pai.

No entanto, Renato faz questão que os dois continuem estudando na escola, onde ocorreu a tragédia, na quinta-feira (7). "Vai ter muita conversa com os psicólogos. Tenho certeza que, com a ajuda dos profissionais, vamos superar esse problema. Faço questão que eles estudem aqui", disse.

Roger conseguiu avisar os policiais depois de fugir da escola, em meio aos tiros, e encontrar uma blitz rodoviária na rua Piraquara. Os policiais militares conseguiram chegar rápido à escola e impedir que o atirador fizesse mais vítimas. "Eu nunca tinha visto uma blitz na rua Piraquara antes. Foi Deus mesmo que colocou os policiais ali, naquele dia."

Ricardo Moraes/Reuters
Pessoas prestaram homenagem neste domingo em Copacabana às vítimas do massacre em uma escola municipal
Pessoas prestaram homenagem neste domingo em Copacabana às vítimas do massacre em uma escola municipal

TIROS

A tragédia ocorreu por volta das 8h30 de quinta-feira (7), após Wellington entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.

Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.

Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.

Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.

A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.

Arte/Folha

ARMA

Na última sexta-feira, a polícia prendeu o chaveiro Charleston Souza de Lucena, 38, e o segurança desempregado Izaías de Souza, 48, acusados de vender um revólver calibre 32 que Wellington usou no ataque.

No fim de semana, eles foram transferidos ao presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio. Em depoimento, eles confessaram terem intermediado a venda da arma para Wellington.

Lucena, que tem um quiosque nas proximidades da casa de Wellington, em Sepetiba (zona oeste), disse que o atirador lhe perguntou se conhecia alguém que pudesse lhe fornecer uma arma para se proteger, já que morava sozinho.

A polícia ainda não sabe como o atirador obteve o outro revólver, de calibre 38, também usado no crime.

 

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