Saída de mais um secretário expõe crise em São Carlos
A saída do terceiro secretário de São Carlos (232 km de São Paulo) e o pedido de demissão anunciado por um quarto integrante do alto escalão expõem uma crise no governo do prefeito tucano Paulo Altomani, que assumiu a administração em janeiro deste ano.
Além do secretariado desfalcado, um vereador da base aliada decidiu romper com o prefeito.
No governo, num único dia, Altomani perdeu dois secretários. Na tarde desta terça-feira, Caio Graco Vilela Braga anunciou sua saída da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano. À noite, o titular de Saúde, Edilson Abrantes, disse ao Conselho Municipal de Saúde que deixará o posto em até um mês.
Além de Braga e Abrantes, outros dois secretários já haviam deixado o governo em março.
Edson Silva - 6.dez..2012/Folhapress | ||
Caio Graco Hortenzi Vilela Braga (à esq.) e o prefeito Paulo Altomani (à dir.), no anúncio de parte do secretariado |
Braga disse, em nota, que saiu pela impossibilidade de aliar as atividades privadas com a função pública -- mesmo argumento usado por outros demissionários.
Ele acumulava a pasta de Obras Públicas, antes ocupada por Francisco Rodrigues Andriolo, que deixou a prefeitura em março.
A Secretaria de Serviços Públicos também está sem titular desde março, quando Sérgio Angelino se demitiu. Desde então, o secretário de Governo, Júlio César de Barros Soldado, comanda interinamente a pasta.
'CENTRALIZAÇÃO'
O vereador Idelso Marques de Souza, o Paraná (PHS), deixou a base aliada há duas semanas. Desde então, afirma adotar uma postura independente. "O problema na prefeitura é a centralização de poder no gabinete, que não dá condições para o secretariado trabalhar", diz.
De acordo com ele, qualquer decisão precisa passar pelo prefeito ou pelos secretários de Governo, Júlio Soldado, ou de Planejamento, Júlio César Pereira de Souza.
O vereador diz que seu rompimento se deu porque seu partido não é ouvido. Além disso, reclama das posições tomadas por Altomani. "Tem coisas que o prefeito prometeu de manhã e, à tarde, volta atrás", afirma.
O vereador da oposição Lineu Navarro (PT) disse ontem que a "debandada" denota a incapacidade do prefeito em manter a equipe coesa.
Já o tucano Maurício Ortega nega a centralização de poder e diz que não há dificuldade para o prefeito manter sua equipe. "Eles deixam a administração porque é uma barra muito pesada e todos têm projetos pessoais."
Como as secretarias de Governo e Planejamento ficam no prédio da prefeitura, diz ele, aparentam ter mais proximidade com o gabinete.
A Folha tentou nesta quarta-feira, mas não conseguiu falar com Altomani nem com Soldado.
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