Domésticas vivem 'dia de madame' durante greve de ônibus em Ribeirão
Sem ônibus para chegar à zona sul e outras áreas nobres de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) por causa da greve dos motoristas, as empregadas domésticas viveram nesta terça-feira (4) um "dia de madame".
Para não ficar sem o serviço delas, os patrões mandaram buscar as trabalhadoras em carrões como BMW, Jetta e caminhonetes de cabine dupla Mitsubishi, conforme a Folha observou na rodoviária central.
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A reportagem contou ao menos cinco veículos fazendo o trajeto entre 7h30 e 8h. Muitos não quiseram falar, mas a doméstica Daniela Pavão Alves Lima, 30, confirmou à Folha que foi para o trabalho usando o transporte "diferente".
Alguns dos patrões escalaram motoristas particulares para dar a carona, como André Luís de Marco, 45, que foi com uma Captiva pegar duas empregadas que trabalham para a mesma família que ele.
SEM CARONA
Nem todos, porém, tiveram a "sorte" dessas trabalhadoras. A diarista Elisângela Alves Gomides Fagundes, 24, que vive em Serra Azul, foi um dos 120 mil usuários do transporte urbano prejudicados pela falta de condução.
Sem a carona, Elisângela teve de voltar para a cidade. Pior: como não trabalhou, não recebeu a renda do dia. Disse que um mototaxista queria cobrar R$ 25. "Não tenho dinheiro para isso."
(DANIELA SANTOS)
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