Com dívida de R$ 1,5 mi, Apae de Ribeirão Preto (SP) pode fechar
Endividada, com recursos insuficientes e salários atrasados, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) corre o risco de fechar.
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O promotor da Cidadania, Sebastião Sérgio da Silveira, que acompanha a situação da entidade há mais de um ano, diz que há risco de fechamento se não houver uma mudança no modelo de gestão.
O presidente da associação, Adalberto Griffo, nega que a Apae vá fechar, mas reitera que o cenário é preocupante.
"A Apae não tem mais condições de funcionar nesse modelo", diz o promotor. "A associação, se não tiver uma providência urgente, fecha em 1º de agosto. Essa é a minha conclusão. A situação é muito grave."
METADE DAS DESPESAS
O promotor diz também que a receita cobre apenas metade das despesas, o que foi confirmado por Griffo e dirigentes da entidade.
Segundo o administrador da associação, Luiz Barrueso, a instituição hoje recebe R$ 350 mil do poder público e de doações, mas os gastos somam R$ 700 mil.
Edson Silva/Folhapress | ||
Aluna da Apae de Ribeirão Preto passa por sessão de fisioterapia na entidade |
A Apae precisa hoje, diz, de R$ 1,5 milhão para sanar as dívidas. Salários de alguns funcionários estão atrasados há três meses e há pendências com fornecedores.
Em junho passado, a direção discutiu a possível demissão de 22 professores, mas em reunião com pais e membros de uma chapa que vai concorrer à próxima eleição da Apae no mês que vem, ficou definido que não haverá nenhum desligamento por enquanto.
O promotor criticou o poder público por, segundo ele, não destinar os valores necessários para pagar o custeio.
"O poder público tem se omitido em todos os níveis: município, Estado e União", diz ele. "Porque atender pessoa com deficiência é dever do Estado."
A Promotoria estuda propor uma ação civil pública se o problema da entidade não for resolvido.
REUNIÃO GERAL
No próximo sábado (20), o Ministério Público vai realizar uma reunião entre pais, diretores, representantes da prefeitura e do Estado, vereadores, empresários e deputados para discutir a situação.
"Se nada for feito, Ribeirão perderá um importante patrimônio", diz o promotor. "Será uma das poucas cidades do país a fechar uma Apae."
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