Desaceleração da economia chega a Ribeirão Preto, diz estudo da USP
A desaceleração econômica no Brasil já chegou a Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). A constatação se baseia na queda na arrecadação de impostos no município e no país.
Entre janeiro e maio deste ano, a arrecadação de impostos caiu 0,3% na cidade, enquanto no país cresceu 0,3%, se comparado ao mesmo período do ano passado.
A avaliação foi divulgada nesta quarta-feira (17) pelo Ceper, centro de estudos ligado à FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP de Ribeirão.
Se analisado só maio, os impostos tiveram uma redução de 8,8% na arrecadação do município --de R$ 149,707 milhões para R$ 136,498 milhões--, enquanto no país a alta foi de 8,6%.
Para comparar com o cenário nacional, o boletim tributário da FEA considerou apenas impostos federais, o que exclui tributos locais (como IPTU e ISS) e estaduais (ICMS e IPVA).
desaceleração
Se nos boletins de meses anteriores, Ribeirão mostrava certa "autonomia" econômica diante do desaquecimento no país, a situação mudou, segundo o economista Sérgio Sakurai, docente da FEA. "A sensação é que essa desaceleração nacional já está chegando na cidade. Tanto é que na região, no acumulado, a queda na arrecadação é de 6,1%, o que já é bastante coisa", disse.
Mais do que indústria, segmento não destacado na região de Ribeirão, a queda em impostos federais se refere mais a uma oscilação negativa no setor de agronegócio, segundo o professor.
E indicadores econômicos, diz Sakurai, não apontam uma melhora desse cenário para os próximos meses.
Em tese, o que prefeituras poderiam fazer para interferir nesse processo de desaquecimento econômico, na opinião do economista, seria movimentar a economia local, com gastos em obras públicas, o que gera demanda no comércio e maior geração de empregos.
"Mas o grande problema é que sabemos as prefeituras estão sem caixa, como Ribeirão, mesmo", disse.
O secretário da Fazenda de Ribeirão, Francisco Sérgio Nalini, disse que não poderia comentar a queda apontada pela FEA, por se tratar apenas de tributos federais.
A respeito da possível interferência dos municípios, citada pelo docente, Nalini disse que a prefeitura tenta atrair R$ 380 milhões do governo federal, para injetar na cidade.
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