Fábrica de tênis de Franca (SP) pede recuperação judicial após cortes
Após demitir 270 funcionários na última semana de julho, a fabricante Tenny Wee, de Franca (400 km de São Paulo), entrou com pedido de recuperação judicial e informou que as demissões serão pagas em até 12 meses, conforme determina a lei.
Nota enviada pelo grupo Schio Beretta afirma que as demissões ocorreram por causa da crise da indústria brasileira, em especial do setor calçadista, que acarretou em dificuldades financeiras da empresa.
O Sindifranca (sindicato das indústrias) informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que as demissões na Tenny Wee são um caso isolado e que o setor, forte na cidade, não está em crise.
Apesar das dificuldades, a Tenny Wee informou que o corte foi necessário para manter a produção e os 490 empregos que a fábrica ainda mantém na cidade.
A empresa, que fabrica cinco tipos de tênis, já chegou a ter mil vagas de trabalho. Nos últimos três meses, a produção, que era de 4.200 pares de calçados mensais, sofreu queda de 40% devido à diminuição das vendas.
QUADRO EM ALTA
Nas demais fábricas da cidade, segundo o Sindifranca, a situação é diferente. Números do sindicato apontam crescimento de 22,6% nas exportações de calçados fabricados em Franca nos sete primeiros meses deste ano em comparação com igual período do ano passado.
O setor calçadista da cidade exporta para 79 países e vem de um ano com bons resultados em 2012. Na comparação com o ano anterior, o número de novos empregos no município foi de 2.401.
Por causa dos cortes recentes da Tenny Wee, o sindicato dos sapateiros informou que vai entrar com reclamações trabalhistas até a próxima semana para garantir que a empresa efetue os pagamentos aos ex-funcionários, que trabalharam até julho e não receberam nem o salário daquele mês.
De acordo com a assessoria de imprensa do grupo Schio, a empresa tem cerca de 40 dias para apresentar um plano de recuperação à Justiça e iniciar os trâmites para efetuar os pagamentos.
O Ministério do Trabalho autorizou a liberação do seguro-desemprego aos ex-funcionários da empresa.
O sindicato dos trabalhadores da cidade deve distribuir na próxima semana uma cesta básica para cada um dos operários demitidos. A entidade também vai tentar recolocá-los em outras empresas do município.
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