Investigação sobre suposto estupro na USP São Carlos segue sob sigilo
A USP (Universidade de São Paulo) mantém sob sigilo um processo administrativo que apura o suposto caso de estupro sofrido por um ex-aluno que, na noite da última quarta-feira (28), invadiu o alojamento do campus de São Carlos (232 km de São Paulo), deu três tiros e fugiu.
O processo resulta de um sindicância aberta em março após o então calouro do curso de exatas Alexandre José Coutinho da Rocha Lima, 23, relatar ter sido atacado colegas dentro do campus.
A apuração pode resultar em punições que vão da advertência verbal à expulsão da instituição. Por estar em sigilo, a instituição não dá detalhes sobre o caso.
À Folha Lima, que continuava foragido nesta sexta-feira (30), afirmou que tinha a intenção de se vingar do que aconteceu a ele durante o episódio, ocorrido em época de trotes no campus. Ele disse ainda que passou a ser ameaçado depois que denunciou oito alunos pelo suposto estupro.
O motivo do sigilo, segundo a assessoria de imprensa da USP, é proteger a identidade dos investigados. Por isso, a instituição não divulgou quem é alvo do processo administrativo e qual a conduta irregular investigada.
Edson Silva/Folhapress | ||
Fachada do alojamentos do campus da USP de São Carlos (SP), onde ex-aluno chegou fez disparos |
No Fórum, uma audiência sobre o suposto estupro está marcada para o próximo dia 18 de setembro.
Estudantes da USP São Carlos prestaram depoimento sobre o caso na manhã desta sexta, segundo informaram policiais civis de São Carlos.
Na quarta-feira, Lima invadiu o alojamento no campus 1, onde havia quatro estudantes estavam. Três pessoas tiveram ferimentos leves.
Um dos feridos levou uma coronhada de Lima. Com o golpe, de acordo com o próprio ex-estudante, a arma disparou. Na correria provocada pelo tiro, uma porta de vidro quebrou, o que feriu outras duas pessoas. O jovem atirou ainda outras duas vezes, mas ninguém foi atingido pelos disparos.
A Polícia Civil pediu a prisão temporária de Lima, mas a Justiça ainda não tinha julgado o pedido nesta sexta.
Por causa do episódio, as aulas foram suspensas nesta quinta, mas voltaram ao normal nesta sexta.
A universidade ampliou a vigilância no campus.
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