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Ribeirão Preto

02/11/2013 - 14h24

Adultas começam a praticar balé e realizam sonho de infância

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DANIELA SANTOS
DE RIBEIRÃO PRETO

Há um mês, a advogada Fabíola Rocha, 27, arrumou um tempo em meio aos processos judiciais do escritório onde trabalha, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), para realizar um sonho de infância: aulas de balé.

As demais amigas de sala, assim como ela, iniciaram o curso neste ano: queriam aprender a subir na ponta dos pés e fazer outros passos como as bailarinas profissionais .

A procura por aulas de balé clássico por pessoas com idades entre 20 e 50 anos aumentou cerca de 20% na cidade nos últimos cinco anos, segundo quatro escolas ouvidas pela Folha.

Na capital, o crescimento foi de 40%, de acordo com o Sinddança (Sindicato dos Profissionais da Dança) do Estado de São Paulo.

Edson Silva/Folhapress
Bailarinas fazem aula de dança em escola de Ribeirão Preto; cresceu o número de adultos que buscam o balé nas academias
Bailarinas fazem aula de dança em escola de Ribeirão Preto; cresceu o número de adultos que buscam o balé nas academias

Os professores de balé dizem que a idade mínima para começar a praticar a dança é de sete a nove anos. Eles dizem, porém, que não há restrições para os adultos, desde que algumas recomendações sejam seguidas.

Para muitas mulheres, é a vida adulta que proporciona a realização do sonho reprimido na infância. Atuando no mercado de trabalho e com estabilidade financeira, agora elas querem e podem satisfazer suas vontades. Além do prazer de bailar, buscam a postura correta, a elegância nos passos e um corpo definido.

BENEFÍCIOS À SAÚDE

A diretora do Sinddança e maître em balé, Camilla Puppa, 51, atrela o interesse pelo balé aos benefícios que a dança proporciona. Segundo ela, muitas pessoas querem praticar uma atividade física, mas, por não gostarem de academia, desistem.

O balé, segundo ela, ajuda a pessoa com a respiração, com os problemas circulatórios e ortopédicos, além de melhorar a postura. "É uma dança leve, que não machuca o corpo."

Mesmo com tantos benefícios, ela diz que o preconceito de achar que a dança clássica é indicada apenas para crianças ainda está presente na sociedade.

A contadora Célia Regina Coscrato Costa, 36, nunca havia praticado qualquer tipo de dança, mas sentiu a necessidade de se movimentar. Frequentou por inúmeras vezes academias, mas não se identificava com as aulas.

Quando criança, não ia tinha aulas de balé, como algumas amigas. Hoje diz, com orgulho que pratica a dança.

"A nossa vida já é corrida", diz Célia Regina. "Se não encontrarmos algo que nos dê prazer e nos ajude fisicamente, vamos continuar estressadas entre o trabalho agitado e a vida em casa."

LIMITES DO CORPO

A também contadora Daniele Malagrana, 33, não perde as aulas de balé, mesmo estando grávida de seis meses. Ela conta que, no começo da gravidez, ia para as aulas com a barriga dura e saía com ela "molinha".

"O balé é a minha terapia. Saio bem mais relaxada."

A professora Ana Luíza Yosetake, 19, diz que o fundamental no balé quando a dançarina ou dançarino são adultos é o respeito com os limites impostos pelo corpo.

Para ela, a maior dificuldade de um adulto com essa dança é a coordenação motora de levantar o braço direito junto com a perna esquerda.

"Diferentemente das crianças, os adultos já têm dezenas de anos de hábitos corporais."

O valor das aulas de balé para adultos depende da quantidade de dias que a pessoa quer praticar e do nível que ela procura, mas varia de R$ 80 a R$ 400, de acordo com pesquisas em escolas de Ribeirão Preto.

A USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão conta com um projeto de dança gratuito para a população. Nele também consta balé para adultos, com elevada procura de praticantes.

 

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