Ex-vigia foge de Fórum antes de ser condenado por matar jovem em Ribeirão
O ex-vigilante Aurelito Borges Santiago, que há seis anos matou o estudante Rodrigo Cintra do Prado Bonilha, 18, fugiu nesta terça-feira (11) do Fórum de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) minutos antes do anúncio de sua condenação.
O júri popular, que durou oito horas, condenou Santiago. A Justiça aplicou a pena de 21 anos e quatro meses de detenção, em regime fechado, por homicídio duplamente qualificado.
Santiago fugiu do Fórum no momento em que a audiência foi suspensa, quando o corpo de jurados se reuniu na sala secreta para definir o seu destino.
A pausa durou cerca 30 minutos. De volta à sala de audiência, a ausência do acusado foi notada pelos presentes ao julgamento.
"O seu cliente fugiu, doutor?", disse a juíza Isabel Cristina Alonso dos Santos Bezerra ao advogado de Santiago, José Ricardo Guimarães Filho, na reabertura da sessão.
"Não sei, ele estava no corredor na última vez em que o vi", afirmou o advogado.
Ninguém da família de Santiago soube dizer o que aconteceu. Policiais militares procuraram Santiago, mas ele não foi encontrado no interior do Fórum.
Após cerca de dez minutos, a juíza anunciou que considerava Santiago um foragido da Justiça e enviou um comunicado às polícias Militar, Civil e Federal.
"Ele deve ter ficado com medo, porque sabia que poderia sair daqui preso", disse o advogado, que afirmou que irá recorrer com pedido de habeas corpus.
Edson Silva/Folhapress | ||
Amigos de Rodrigo Bonilha chegam ao fórum para o julgamento do vigia que matou o jovem em 2008 |
Na decisão, a juíza afirmou que Santiago demonstrou frieza emocional e insensibilidade durante o júri.
"Foi dada a resposta adequada, foi um crime brutal", disse Ronaldo Marzagão, assistente da Promotoria.
O empresário Fernando Bonilha, pai do estudante, disse que o resultado era o que esperava. "Agora, ele precisa ser preso", afirmou.
Foram ouvidas nove testemunhas, entre elas os quatro amigos de Bonilha, que estavam com ele no momento em que foi baleado nas costas, a cerca de 100 metros do bufê Renato Aguiar, um dos mais conhecidos de Ribeirão.
Santiago era vigilante do local. Durante seu depoimento, ele chorou e afirmou que atirou por medo –segundo ele, um grupo de rapazes tentou agredi-lo, além de tentar depredar um caminhão.
Os amigos de Bonilha negaram a versão e afirmaram que brincavam com uma placa de publicidade, quando ela caiu e fez barulho.
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