Policiais e agentes prisionais se confrontam na entrada do CDP de Ribeirão Preto (SP)
Agentes prisionais em greve e policiais militares da Força Tática se confrontaram na manhã desta sexta-feira (21) em frente ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) após uma confusão envolvendo a transferência de presos de cadeias para a unidade.
Os grevistas tentaram impedir a chegada de 48 presos ateando fogo em pneus, formando um obstáculo para impedir a passagem dos policiais e do caminhão de transporte de presos. Eles ainda se sentaram no chão, formando um cordão humano.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, apagou o fogo gerado pelos pneus e retirou a sujeira do local. Já os agentes foram retirados à força pelos policiais. Alguns chegaram a ser arrastados e colocados na área lateral à entrada do presídio.
Alfredo Risk/Futura Press/Folhapress | ||
Agentes prisionais em greve se sentam na portaria do CDP de Ribeirão Preto e são retirados por policiais militares |
Os agentes penitenciários que estavam trabalhando se recusaram a fazer a revista e a realocação dos novos presos, e entregaram as chaves da penitenciária aos policiais para que eles "recepcionassem" os presos.
A polícia também cumpriu a decisão liminar de transferir 42 presos para o CDP de Pontal (351 km de São Paulo). Não houve confronto com os agentes penitenciários no local. Também foram transferidos presos para o CDP de Taiúva (363 km de São Paulo), mas a polícia não soube informar o número.
Os agentes penitenciários estão em greve desde o dia 10 de março.
A superlotação dos presídios e CDPs é o maior problema enfrentado pelos agentes na região de Ribeirão, segundo José Carlos dos Santos Ernesto, diretor administrativo da sede regional do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo).
A Penitenciária 2 de Serra Azul (302 km de São Paulo) é a mais problemática, com 1.686 presos. A capacidade é para 856, segundo o governo do Estado.
OUTRO LADO
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) do Estado de São Paulo informou que o Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo) está proibido, por meio de uma liminar, de efetuar medidas que impeçam o transporte e transferência de presos.
A liminar prevê multa de R$ 100 mil para cada dia de descumprimento em cada unidade prisional do Estado. A SAP informou que, apenas nesta quinta-feira (20), 88 das 158 unidades prisionais do Estado tiveram parte de seus serviços paralisados pelos grevistas.
A secretaria calcula que o sindicato esteja sujeito, apenas pelas ações de quinta-feira, a uma multa de R$ 8,8 milhões.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade