Polícia Federal prende 'atacadistas' do tráfico na região de Ribeirão Preto
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Escorpião, que prendeu duas quadrilhas de tráfico internacional de drogas na região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
Em outros quatro Estados foram presos mais nove envolvidos no esquema.
A polícia estima que as quadrilhas tenham comercializado em um ano uma tonelada de cocaína e duas toneladas de maconha, movimentando cerca de R$ 17 milhões com as vendas.
Os líderes da quadrilha, presos durante a operação, são comerciantes e empresários do setor de logística da região, segundo a PF.
"Eles se aproveitavam dos negócios lícitos que mantinham para promover as atividades ilícitas", afirmou Alexandre Custódio Neto, delegado da Polícia Federal em Araraquara (273 km de São Paulo), responsável pela operação.
As organizações criminosas comercializavam drogas nas cidades do entorno de Ribeirão e Araraquara e também as distribuíam para Minas Gerais, na região de Belo Horizonte.
As drogas eram vendidas para outros traficantes da região e não diretamente para os usuários.
Os entorpecentes eram trazidos do Paraguai e Bolívia em carros e caminhões.
"As drogas eram transportadas em pequenas quantidades, de até 100 quilos. Elas vinham escondidas no meio de cargas lícitas ou em 'mocós', ou seja, ocultas em bancos e em compartimentos de veículos", disse o delegado.
As drogas entravam no país por "fronteiras secas" das cidades de Foz do Iguaçu (PR), Ponto Porã (MS), Corumbá (MS) e Cáceres (MT).
De acordo com Custódio Neto, as quadrilhas investigadas não têm a "envergadura" das que atuam na chamada rota caipira –que utiliza aeroportos e rodovias da região de Ribeirão para distribuir drogas para grandes centros, como São Paulo.
"Mas, com certeza, são as principais quadrilhas de distribuição de drogas na região", disse o delegado.
Desde o início das investigações, foram apreendidos 380 quilos de cocaína, 130 quilos de maconha, quatro armas de fogo, 28 veículos e R$ 100 mil. Nesta terça, foram contabilizadas 31 prisões.
Entre os presos na operação estão narcotraficantes que atuam nas fronteiras brasileiras que podem levar a outras quadrilhas do país.
"Com essas apreensões e prisões, conseguimos informações de fornecedores e compradores que vamos continuar investigando", afirmou o delegado da PF.
ESCORPIÃO
A operação foi nomeada de escorpião, como é conhecida a pasta base de cocaína com alto grau de pureza.
De acordo com a polícia, ela é comercializada na Bolívia por cerca de US$ 2,5 mil (R$ 6.000, ao câmbio desta terça) o quilo. Ela é misturada a outras substâncias no Brasil e vendida em porções de cocaína, crack e óxi.
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