Casos de dengue em março têm alta de 78,6% em Ribeirão Preto
Os casos confirmados de dengue em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) no mês de março tiveram aumento de 78,6% na comparação com fevereiro. Foram 50 novos registros, ante os 28 obtidos no mês anterior.
Apesar disso, os números são baixos em relação a anos anteriores.
No primeiro trimestre deste ano, o número de casos da doença é 98,6% menor do que o mesmo período no ano passado.
Em 2013, a cidade registrou 6.227 confirmações no primeiro trimestre do ano. Neste ano, os casos de dengue são 84.
Segundo o boletim divulgado nesta quarta-feira (15) pela Secretaria da Saúde, a área mais atingida na cidade pela doença é a zona leste, com 24 casos, seguida pela norte, com 19.
A zona oeste registra 18 confirmações, central, 12 e a sul, sete. Em quatro casos não foi registrado o bairro de origem do infectado.
"Este aumento agora é natural do ciclo da doença que tem seu pico entre os meses de março e abril", disse a chefe da Divisão Epidemiológica do município, Ana Alice Martins Castro e Silva.
Para o próximo mês é esperado um novo aumento no número de casos. A doença faz historicamente mais vítimas no mês de abril.
Segundo Ana Alice, a cidade não registrou nenhum caso grave de dengue este ano.
"Mas é preciso ficar alerta, principalmente com as chuvas desta semana", afirmou.
Para Ana Alice, o clima seco, com escassez de chuvas durante o verão, foi o principal motivo para a queda do número de casos.
"O mosquito precisa de pequenas poças d'água, relativamente limpa e morna para se proliferar", disse o professor Benedito Lopes da Fonseca, da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto.
Para Fonseca, a seca dificultou a proliferação do Aedes aegypti [o mosquito transmissor da dengue] e reduziu as ocorrências em todo o Estado de São Paulo.
"Parte da população já está imunizada, por causa das epidemias passadas, mas não podemos descartar novos surtos", disse a chefe da Divisão Epidemiológica.
Por esse motivo, segundo Ana Alice, o trabalho de bloqueio de criadouros e nebulização continua intenso.
Na região de Ribeirão, a cidade de Boa Esperança do Sul (301 km de São Paulo) sofre uma das piores epidemias. O município registra desde o começo do ano 727 confirmações.
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