Pai divide experiência de ser 'exceção' em ONG que debate adoções em Ribeirão
Todos os meses, a ONG Crescendo em Família, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), organiza encontros para dividir experiências de pessoas que adotaram ou que estão na fila de espera.
Entre os participantes, estão alguns exemplos que são exceções no panorama geral da adoção nacional.
Há casais e solteiros que não fizeram exigência alguma no momento de se candidatarem a pais –nem em relação à idade, à raça ou mesmo à saúde da criança.
"Quando fui buscá-lo a assistente social me disse que meu filho tinha um problema", afirmou o motorista Juliano de Carvalho, 34, pai de três adotivos.
"Não perguntei qual era e respondi que o que ela considerava algo grande era um grão de areia para mim."
O bebê, o terceiro, que esperava por ele e pela mulher, Olivia Santos de Carvalho, 33, foi diagnosticado com Síndrome de Down. Tinha cinco meses de vida quando a adoção foi concluída, em agosto do ano passado.
O processo de adoção durou nove meses para o casal. "Foi o Dia das Mães mais feliz da minha vida com ele em casa", disse Olívia.
Já a escrivã Luiza de Oliveira Rodrigues, 52, é mãe de dois filhos adotivos, Luiz Felipe, 11, e Vitor Hugo, 12.
O filho mais novo chegou a Luiza por meio da adoção direta –quando a mãe biológica passa diretamente a criança à mãe adotante–, quando a prática ainda era considerada legal, em 2001.
Quando Luiz Felipe completou cinco anos de idade, Luiza quis buscar um irmão para ele e entrou com um processo de adoção.
Vitor Hugo foi adotado quando tinha seis anos de idade, num processo que demorou menos de um ano para ser concluído.
AMOR
Um fator considerado decisivo para a agilidade foi que Luiza não fez exigência nenhuma em relação à criança que queria adotar.
"O amor é algo que a gente constrói e não importa a idade, nem nada. Gerar uma criança muitas podem. São poucas, no entanto, as que podem ser mãe", afirmou.
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