Pré-candidato à Presidência, Campos diz que não discute regulação da mídia
O ex-governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, disse nesta quarta-feira (28) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) que qualquer forma de regulação da mídia não está em discussão no seu programa de governo.
A Folha mostrou nesta quarta que a presidente Dilma Rousseff cedeu em parte a liderança do PT e vai encaminhar, num eventual segundo mandato, a proposta de regulação econômica da mídia.
"Já falei sobre isso ontem [terça, 27]. Não tem regulação [da mídia] em nosso programa [de governo]. Não estamos discutindo isso. Nem estamos tratando deste assunto", disse Campos, em Ribeirão. Ele esteve na cidade para participar de um evento que debate o planejamento municipal.
O pré-candidato não quis responder às questões sobre o assunto de regulação econômica da mídia, que determinam que os meios de comunicação não podem ser objetos de monopólio ou oligopólio e que a produção e a programação de rádios e TVs devem atender os princípios de produção regional e independente.
Edson Silva/Folhapress | ||
O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, durante entrevista à imprensa em Ribeirão Preto (SP) |
A presidente, porém, manteve sua posição contrária à regulação sobre o conteúdo elaborado pelas mídias brasileiras. Ela já engavetou uma proposta elaborada pelo ex-ministro Franklin Martins, elaborada durante o governo do ex-presidente Lula.
INFLAÇÃO
Campos também fez críticas à condução da economia brasileira no governo Dilma, afirmando que "se o país continuar nesse caminho errado que a presidenta Dilma colocou, o Brasil vai derreter as conquistas que teve nos últimos anos."
"O que derrete empregos é a inflação, porque eleva os preços dos produtos para o trabalhador, que não consegue com o mesmo salário comprar coisas que comprava antes de a inflação subir", afirmou.
Ele disse ainda que, dessa forma, as pessoas compram menos, o que leva, consequentemente, o comércio a comprar menos da indústria, que acaba tendo uma produção menor e causando demissões.
"Essa é a roda que a presidente Dilma colocou para rodar no Brasil. A roda do baixo crescimento, inflação em alta, juro em alta, com 60% das famílias endividadas. É importante que a presidente tenha humildade de compreender que o país pegou o caminho errado, parou de melhorar."
O presidente do PSB falou que para o Brasil crescer é necessário conter a inflação, voltando a criticar o desempenho do governo Dilma.
"Esses três anos da presidenta Dilma são os três anos de mais baixo crescimento da história da República. Não existe na história do país três anos com esse baixo crescimento."
PROTESTOS
Campos disse ainda que é a favor dos protestos, mas que os manifestantes devem respeitar os que não querem protestar. E defendeu atos sem violência.
"É legítimo que as pessoas estejam insatisfeitas e queiram se manifestar, mas que isso seja feito com respeito. O direito de um acaba quando termina o do outro."
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