Servidores de Ribeirão Preto fazem manifestação contra mudanças na saúde
Uma manifestação realizada na manhã desta terça-feira (17) na Câmara de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) mostrou o descontentamento de alguns servidores da saúde em relação à contratação de funcionários para a área através de um convênio entre a prefeitura e a Fundação Santa Lydia, que administra o hospital Santa Lydia.
Dez pessoas estiveram no Legislativo. Elas são contra, também, ao remanejamento que o município deve fazer nos cargos de agentes, auxiliares e técnicos de enfermagem, agentes odontológicos, técnicos de higiene dental e auxiliares de farmacêutico.
A sessão da Câmara, que normalmente ocorre no início da noite, está sendo realizada pela manhã em dias de jogos do Brasil durante a Copa do Mundo.
A prefeitura vai recorrer a terceirização, em uma parceria com a fundação, para implementar a jornada de 30 horas para os servidores de nível técnico da saúde.
A decisão descumpre uma promessa feita pelo governo da prefeita Dárcy Vera (PSD), em fevereiro deste ano, aos servidores de que iria fazer novas contratações –diretas.
Na sexta-feira (13), a prefeitura publicou uma portaria no Diário Oficial em que determina critérios para a implantação da jornada e determinou o remanejamento de pessoas que ocupam esses cargos.
Silva Júnior/ Folhapress | ||
Servidores da saúde durante manifestação na Câmara de Ribeirão Preto na manhã desta terça-feira (17) |
Segundo o governo, os remanejamentos serão necessários "para a cobertura das escalas de trabalho e garantia da continuidade da assistência em saúde à população".
O grupo pedia contratações por concurso público. Os manifestantes alegam que para reduzir a jornada a prefeitura deve remanejar cerca de 900 servidores.
"Estão tirando gente com 25 anos de serviço prestado em um local e mandando para outro. Como uma pessoa que atende um paciente há anos sai e dá lugar a outro que não conhece? É impossível", disse o auxiliar de enfermagem Edson Luis Teixeira, 44, que trabalha há 11 anos na UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) do Quintino Facci 2.
O presidente da CEE (Comissão Especial de Estudos) que analisa o setor na cidade, vereador Jorge Parada (PT), disse que o foco da comissão será provar que a terceirização é o maior problema para o mau atendimento no sistema público de saúde.
Por meio de assessoria de imprensa, a prefeitura informou que "em virtude da necessidade de ampliar o quadro de funcionários para cumprimento das escalas, a Secretaria da Saúde firmou convênio com a Fundação Hospital Santa Lydia, mas reafirma o compromisso de contratar servidores via concurso público, na modalidade estatutário."
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade