Construção civil tem pior desempenho em cinco anos em Ribeirão Preto
O setor da construção civil em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) registrou no primeiro semestre deste ano o pior desempenho dos últimos cinco anos em relação ao número de licenciamentos concedidos –em área– para a construção de novos projetos imobiliários.
A retração da economia do país, a saturação da área urbana e o amadurecimento do mercado após uma explosão de crescimento registrada em 2010, são os motivos para este resultado, segundo empresários e especialistas.
"Um dos motivos é que há uma retração do segmento. O preço não está compensando e as pessoas acabam entrando com menos projetos", disse Luiz Eugênio Scarpino, professor de direito urbanístico da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
Editoria de Arte/Folhapress |
Segundo ele, houve também redução da área disponível para novas construções. Ou seja, a expansão urbana limita cada vez mais o número de terrenos vagos para novas construções na cidade.
Segundo dados da prefeitura, foram licenciados de janeiro a junho deste ano, 900 mil metros quadrados para construções –15 mil metros quadrados a menos que no mesmo período de 2013.
O número é ainda 17% menor que os seis primeiros meses de 2010, quando foram licenciados 1,08 milhão de metros quadrados.
A quantidade de projetos também apresenta queda no período. De acordo com os dados da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, foram aprovados 1.211 projetos no primeiro semestre deste ano. Foram 33 a menos do que o mesmo período em 2013 e 35% do que em 2010, ano do 'boom' imobiliário.
Para a regional de Ribeirão Preto do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), a queda de novas áreas licenciadas não é consequência de fatores econômicos. Para o sindicato, há uma estabilidade considerada natural do segmento.
"Acreditamos que o setor irá manter-se firme e estável, mas em patamares distantes do que vimos anos atrás, em um período de euforia", afirmou a regional do sindicato, em nota enviada por meio de sua assessoria.
Edson Silva/Folhapress | ||
Maquete de conjunto de prédios residenciais que serão construídos em Ribeirão Preto |
Caíto Spinelli Fortes Guimarães, diretor de imóveis da imobiliária Fortes Guimarães, disse que o mercado da construção está em uma fase de "amadurecimento".
Para ele, até o início da década de 2000, havia pouca demanda e oferta no mercado. Com a estabilização da economia e o aumento do crédito imobiliário, houve aumento da demanda.
"A partir de 2008, veio essa demanda reprimida. As construtoras passaram a comprar terrenos e lançar uma série de empreendimentos", afirmou Guimarães.
Atualmente, a demanda é menor e as construtoras precisam elaborar projetos melhores para se manterem no mercado. "Isso para nós é algo positivo", disse.
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