Brodowski (SP) decreta calamidade por dificuldades no abastecimento
A Prefeitura de Brodowski (339 km de São Paulo) decretou nesta terça-feira (22) estado de calamidade pública por dificuldades no abastecimento de água.
Há sete dias, o município está sem o abastecimento de água direto para as casas de 60% da população –cerca de 13,6 mil pessoas– devido à quebra da bomba de captação no bairro Casa Branca.
O reconhecimento da calamidade pública garante mais agilidade em ações de socorro e liberação de verbas pelo governo do Estado e a União.
De acordo com Olavo Dalpogeto, diretor do Saaeb (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Brodowski), o departamento gastou em sete dias R$ 200 mil para que caminhões-pipa abasteçam os prédios públicos e casas.
A bomba, que só foi enviada para o conserto nesta terça, deve ficar ao menos 15 dias em posse do fabricante para o reparo. Além disso, são necessários mais seis dias para reinstalá-la no poço.
Dalpogeto disse que o departamento tem uma dívida de R$ 5 milhões, herdada da gestão anterior. Como a prefeitura terá que abastecer a cidade com caminhões por ao menos mais duas semanas, o decreto foi necessário para a liberação de verbas.
"Já vamos gastar R$ 30 mil para remover a bomba e levá-la ao fabricante. Ainda temos que pagar os caminhões. A prefeitura não tem dinheiro para isso. Por isso, pedimos ajuda", disse. O aparelho fica a 600 metros de profundidade e pesa 38 toneladas.
Edson Silva/Folhapress | ||
Caminhão-pipa deposita água em reservatório para abastecer a população de Brodowski |
urgência
A dona de casa Fátima, 52, que não quis revelar o sobrenome por medo de represália, saiu de carro pela cidade nesta 3ª atrás de um dos seis caminhões-pipa para que abastecessem a sua casa.
"Estou desde às 7h esperando o caminhão e ele não passou na minha rua. Eu não consigo fazer almoço sem água. Por isso, vim atrás".
De acordo com Dalpogeto, os seis caminhões-pipa estão trabalhando 15 horas por dia para o abastecimento em todas as casas. Apesar de garantir que o município tem água suficiente para a população, Dalpogeto pede que os moradores racionem.
"Água nós temos, só não temos como captá-la e mandar para a população. Por isso pedimos paciência e colaboração", disse o diretor.
Brodowski capta oito milhões de litros de água por dia no aquífero Guarani. Somados, os caminhões têm capacidade para 62 mil litros. Cada veículo tem feito até oito viagens por dia.
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