Seca avança e agrava problemas em cidades da região de Ribeirão Preto
Mais gastos diários, a necessidade de transportar água em caminhões-pipa, o deslocamento de bombas de captação e o receio de deficit hídrico devido a um evento que recebe 900 mil pessoas.
Esses são alguns dos problemas enfrentados por cidades devido à seca prolongada de 2014.
Oficialmente, 244 mil habitantes de nove cidades enfrentam racionamento de água, mas os problemas atingem toda a região.
Em três cidades, moradores estão sendo obrigados a usar caminhões-pipa para o abastecimento, aumentando os gastos diários.
Em Tambaú (255 km de São Paulo), por exemplo, em dias alternados, metade da população fica 24 horas sem água.
Por causa disso, a prefeitura passou a alugar caminhão para empresários que necessitam de água sem tratamento para lavar piso de restaurantes e para lava-rápido de veículos.
"Paguei a taxa de R$ 14,50 algumas vezes para a prefeitura, mas agora comprei um contêiner para transportar água", afirmou o empresário Maurício Martinelli, 29.
Segundo o empresário, ele chega a investir R$ 40 no mínimo para buscar água diariamente de fontes fora da cidade para manter o funcionamento do seu restaurante.
Edson Silva/Folhapress | ||
Área de recarga do aquífero Guarani, em Ribeirão, sofre com nível abaixo do normal devido à seca |
O problema também existe em Cajuru (298 km de São Paulo). Não há desabastecimento na zona urbana, segundo a Sabesp, mas na zona rural os poços artesianos usados por sitiantes estão secando.
A prefeitura tem fornecido desde junho, mas com mais intensidade agora, caminhões-pipas para os proprietários rurais abastecerem casas e também para alimentar criações e irrigar lavouras.
Já em Brodowski (338 km de São Paulo), a quebra de uma bomba de captação faz com que caminhões abasteçam 60% da cidade desde o último sábado (9).
ALTERNATIVA
Outras localidades buscam alternativas para amenizar os efeitos da estiagem prolongada. Em Pedregulho (437 km de São Paulo), está sendo colocada em operação uma captação auxiliar de água para compensar a queda de vazão do córrego Indaiá, que atende a cidade.
Em Colômbia (467 km de São Paulo), a Sabesp precisou mover um conjunto de bombas de captação no interior do rio Grande, que abastece a cidade, por dez metros devido ao baixo nível.
A falta de chuvas também preocupa o departamento de água de Barretos (423 km de São Paulo). A cidade está prestes a sediar a Festa do Peão de Boiadeiro –principal evento sertanejo do país– a partir do próximo dia 21.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Segundo o superintendente do Saaeb (serviço de água e esgoto), Silvio Ávila, o consumo de água sobe em média 40% durante o evento, que prevê 900 mil pessoas.
"É uma preocupação. Vamos aumentar o incentivo ao uso consciente da água até lá", afirmou Ávila.
A cidade é abastecida pelo córrego Pitangueiras (364 km de São Paulo), que, apesar da seca, ainda mantém seu nível estável.
Ibaté (247 km de São Paulo) também iniciou campanha pedindo a redução do uso da água.
UMIDADE
Após atingir índices de alerta nos últimos dias, a umidade relativa do ar deve subir nesta quarta-feira (13) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
Segundo o Ipmet (instituto de meteorologia) da Unesp, a temperatura deve cair no início do dia, o que pode colaborar para elevar a umidade –para acima de 30%.
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