Grevistas ocupam prédio do campus da USP em Ribeirão Preto
Funcionários em greve na USP Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) invadiram o prédio da prefeitura do campus nesta quarta-feira (13).
O protesto, que gerou críticas de parte dos servidores, foi feito, segundo Luís Ribeiro de Paula Júnior, diretor do Sintusp (sindicato dos trabalhadores), após uma reunião com o reitor Marco Antonio Zago ter sido desmarcada.
A reunião com diretores dos campi e grevistas aconteceria nesta quarta-feira (13).
"Foi uma falta de respeito com todos nós. A posição da reitoria é esta, não há conversa", afirmou.
Segundo ele, cerca de 200 funcionários estiveram na prefeitura durante a manhã.
No protesto, foram usados carro de som e rojões, lançados do lado de fora.
Dentro da prefeitura, outra caixa de som foi instalada e tocava música alta, com o objetivo de parar os trabalhos dos servidores. À tarde, as caixas foram retiradas.
"A folha de ponto está sendo escondida pelos chefes. Temos o direito à greve", disse a funcionária Regina Leal.
Servidores estão em greve há 73 dias e reivindicam reajuste salarial de 9,78%, além de 3% de perdas salariais.
Nesta quinta-feira (14), uma caravana sairá de Ribeirão para participar de uma manifestação no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.
O objetivo, segundo o Sintusp, é pressionar o reitor a fazer um acordo com os funcionários, que já participaram de cinco reuniões de negociações desde maio.
Ainda de acordo com o diretor do Sintusp, funcionários de Ribeirão ficarão concentrados na capela da universidade nesta quinta e poderá haver novas invasões em outros prédios.
Edson Silva/Folhapress | ||
Faixas colocadas por manifestantes no prédio da administração da USP Ribeirão Preto |
No último dia 29 de julho, os funcionários bloquearam uma das entradas principais do campus em Ribeirão.
Na manifestação, que durou cerca de três horas, o trânsito ficou prejudicado e a situação voltou ao normal após a chegada da Polícia Militar, durante a manhã.
CRÍTICA
A reitoria da USP não se posicionou sobre a invasão em Ribeirão Preto e a suspensão da reunião.
A invasão, no entanto, gerou críticas de parte dos servidores do campus, que alegaram querer trabalhar e criticaram o que consideraram abuso dos manifestantes, que não respeitaram os direitos dos outros funcionários.
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