Bairros nobres concentram reparos de asfalto em vias de Ribeirão Preto
Dos 84 mil m² em que a Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) fez o serviço de regularização asfáltica, 63,3% ficam em ruas de bairros nobres, como Jardim Canadá, Ribeirânia e City Ribeirão.
Quando iniciou o tapa-buraco, em janeiro, um mapeamento da própria prefeitura apontou que a região norte –periferia– era a que tinha mais notificações de buracos.
No entanto, o serviço de recuperação na região corresponde a somente 10,9% do total feito em seis meses.
Desde março, o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) faz a regularização asfáltica em conjunto com o tapa-buraco da Secretaria da Infraestrutura. A prefeitura informou que o serviço leva em consideração o fluxo e o estado das vias e não a região em que ficam.
A zona sul, que era a segunda região com menos buracos, conforme o mapeamento, amealhou 23,6% do total do serviço feito na cidade.
A região mais contemplada foi a zona leste, com 40,81% do serviço. No entanto, 97,2% do serviço feito na região foi concentrado na Ribeirânia, um dos principais bairros de alto padrão.
Na avenida Carlos Consoni, no Jardim Canadá, a última a receber o serviço, os motoristas aprovam o serviço, mas lamentam que não seja ampliado para outras áreas.
"Estava péssimo aqui, assim como no resto da cidade, mas agora a avenida está um tapete. Uma pena não fazerem [a regularização asfáltica] em toda a cidade e em lugares que estão até piores, como na avenida Coronel Fernando Ferreira Leite, que é muito movimentada", disse a biomédica Renata Mouro.
Fabio Melo/Folhapress | ||
Trecho com buraco tapado na Cel. Fernando Ferreira Leite |
Segundo a equipe técnica da secretaria, o serviço de recuperação é similar ao de recapeamento. Ao contrário do tapa-buracos, a recuperação consiste na colocação de uma nova camada asfáltica em todo um trecho e não apenas sobre os buracos.
De acordo com a equipe, o serviço tem a mesma qualidade e durabilidade do recapeamento, mas com o mesmo material utilizado no tapa-buracos.
OUTRO LADO
A secretaria informou que a definição das ruas de Ribeirão Preto que recebem o serviço não leva em consideração a região do município.
Segundo a administração, os critérios considerados são a severidade e extensão dos buracos e defeitos na via e o fluxo de veículos no trecho.
As vias que estão no trajeto de ônibus também são privilegiadas, ainda conforme a secretaria.
Questionada, a Prefeitura de Ribeirão Preto não informou o fluxo de veículos nas vias. Também não informou se há previsão de outras trechos receberem o serviço.
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