Com alta da dívida, prefeita de Ribeirão anuncia pacote contra crise
Em meio a uma grave crise financeira, a prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Dárcy Vera (PSD), anunciou nesta quinta-feira (11) um pacote de medidas para tentar estancar o crescimento da dívida de sua administração.
Os débitos com fornecedores já alcançaram R$ 60 milhões neste ano, ou R$ 20 milhões a mais que o registrado no fechamento do primeiro semestre, como a Folha revelou na última semana.
Em maio, o montante chegava a R$ 33 milhões, o que significa que quase dobrou menos de quatro meses depois.
O pacote de Dárcy contra a crise inclui o bloqueio de investimentos, o corte de gastos e o desconto de eventuais débitos que ficarem deste ano dos orçamentos das secretarias para 2015.
O anúncio foi feito pela prefeita no Palácio Rio Branco. Não é, no entanto, a primeira vez que Dárcy tenta controlar seu orçamento.
No início do ano, ela determinou corte nas secretarias, mas o montante foi insuficiente. Juntas, as pastas reduziram somente R$ 27 milhões em gastos.
"Eu pedi para fazer economia, mas não obtivemos os resultados que queríamos", disse.
Silva Júnior/Folhapress | ||
Prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera, que anunciou um pacote de medidas para tentar estancar a crise |
Segundo o secretário do Governo, Osvaldo Ceoldo, as secretarias da Educação e da Administração são as que mais acumulam dívidas. A última, principalmente por causa do contrato de limpeza urbana, que tem um dos valores mais altos.
Ceoldo admitiu que na situação atual há risco de corte na prestação de serviços ou fornecimento de materiais.
"O risco nós corremos sempre. No nosso dia a dia, há uma rediscussão constante com os fornecedores."
Anteriormente, confirmou o atraso do pagamento do convênio com 26 creches, que atendem 4.000 crianças. O pagamento dos salários de julho e agosto de médicos terceirizados que atendem na rede também atrasou.
O governo alega que a dívida cresceu devido à queda na arrecadação, principalmente de ICMS e IPVA.
Agora, a previsão de Dárcy é que as dívidas sejam sanadas até fevereiro. Se houver a necessidade de um gasto extra, por exemplo, a proposta terá de passar pela aprovação de uma comissão técnica, formada por secretários e assessores.
"As secretarias estão proibidas de criar novas dívidas, novos empenhos estão suspensos. Eu não quero mais pagamento atrasado", afirmou a prefeita.
Segundo a administração, estão garantidos investimentos em andamento e com recursos federais, como o PAC Mobilidade, em que a contrapartida desembolsada pela prefeitura é R$ 42 milhões.
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