Em racionamento, Cristais Paulista cancela aulas até 29 de outubro
Em função da crise hídrica e de um racionamento de 20 horas por dia, a Prefeitura de Cristais Paulista (a 414 km de São Paulo) suspendeu as aulas da rede municipal a partir desta terça-feira (21) até o dia 29 de outubro.
A crise no abastecimento também obrigou Jardinópolis (a 329 km de São Paulo) a adotar racionamento de água.
O município é o 17º na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) a implantar o corte diário no fornecimento de água à população.
O prefeito de Cristais Paulista, Miguel Marques (PSDB), disse que os períodos com abastecimento –quatro horas por dia– não têm sido suficientes para manter o consumo de água nas escolas.
"São 3.000 alunos e não tem sido possível manter água para os banheiros e para o uso diário", disse.
A prefeitura vem recorrendo a caminhões-pipa para abastecer a cidade, pois o ribeirão dos Cristais tem vazão abaixo do volume necessário para abastecer o município.
Caso no dia 29 a captação continue baixa e a administração não encontre alternativas, as aulas poderão continuar suspensas.
Marques afirmou que o município tem planos para a construção de uma adutora de quatro quilômetros que captaria água de nascentes que não vêm sendo exploradas, mas para isso depende de recurso da Defesa Civil para adotar a medida.
"A solução custa R$ 200 mil, e nós não temos esse recurso. Já solicitamos à Defesa Civil há um mês, mas dependemos de resposta."
Edson Silva - 14.out.2014/Folhapress | ||
Ponto de captação de água em mina de Jardinópolis, na região de Ribeirão Preto, está seco |
Por meio da sua assessoria de imprensa, a Defesa Civil informou que só recebeu a solicitação de Cristais Paulista nesta segunda-feira (20) e já está avaliando a situação.
Em Jardinópolis, o racionamento será de cinco horas por dia. De acordo com o diretor do DAE (Departamento de Água e Esgoto), Aparecido Donizete de Sousa, o corte acontecerá entre a 0h e as 5h.
O racionamento, segundo Sousa, será feito para garantir a capacidade de reabastecimento dos poços.
"O município também captava água de três minas, mas elas secaram nos últimos dias. Se não diminuirmos o consumo, os poços não vão se recompor."
A crise hídrica enfrentada em todo o Estado levou três prefeituras da região a se reunirem com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) e o Ministério Público nesta terça-feira.
Membros da empresa e das prefeituras de Cássia dos Coqueiros, Santa Cruz da Esperança e Cajuru participaram de audiência na Promotoria, que definiu que a Sabesp tem 30 dias para regularizar a extração de água do rio Cubatão, em Cássia.
A Sabesp tem extraído água de poços em Santa Cruz e Cássia, além do rio, para abastecer Cajuru. A companhia se comprometeu a regularizar o uso da água do rio, que não estava autorizado.
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