Promotoria de Ibitinga abre apuração sobre acidente que matou 13 pessoas
O Ministério Público de Ibitinga (a 347 km de São Paulo) instaurou um inquérito, independente ao da Polícia Civil, para apurar as causas do acidente entre um caminhão e um ônibus com estudantes e professores de uma escola estadual de Borborema, no último dia 27.
Treze pessoas morreram e 23 ficaram feridas na volta de uma excursão a São Paulo.
Um dos pontos da investigação é as condições da rodovia Deputado Leônidas Pacheco Ferreira, onde o acidente aconteceu. A pista passa por obras e não apresentava sinalização de solo.
"Para mim, há indícios de que a condição da rodovia causou o acidente. Há relatos que afirmam que a falta de sinalização pode ter contribuído com o acidente", afirmou o promotor André Gândara Orlando.
Desde julho de 2010, o Ministério Público de Borborema (a 377 km de São Paulo) investiga as condições e riscos de acidentes na rodovia.
Nesse processo, a Promotoria cobrou do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) melhorias no local. As obras começaram em 2013.
Sobre o inquérito aberto agora, Orlando disse que a apuração também foi iniciada para que as famílias das vítimas e os sobreviventes sejam indenizados.
Mas isso só será possível, segundo ele, quando as apurações forem finalizadas.
"Não descartamos nenhuma hipótese. O caso está longe de ser encerrado."
A Promotoria vai apurar a responsabilidade dos motoristas do ônibus e do caminhão e ouvir testemunhas.
Diferentemente do promotor, o delegado de Ibitinga, Carlos Alberto de Oliveira, disse não ver indícios de que as condições da pista possam ter causado o acidente.
Laudo do Instituto de Criminalística entregue nesta semana à Polícia Civil apontou que o caminhão estava na contramão quando se chocou com o ônibus.
Silva Júnior - 28.out.2014/Folhapress | ||
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Destroços e pertences de passageiros do acidente entre caminhão e ônibus em Ibitinga |
Nesta quinta-feira (6), o delegado ouvirá um motorista de outro caminhão que, pouco antes do acidente, teria ultrapassado o ônibus e visto a batida.
O condutor do ônibus irá depor em Jaboticabal (a 342 km de São Paulo), por meio de uma carta precatória, na próxima semana.
JORNADA
O Ministério Público do Trabalho de Araraquara (a 273 km de São Paulo) iniciou nesta quarta-feira (5) uma investigação para apurar se os motoristas realizavam dupla jornada.
A legislação trabalhista prevê que a cada quatro horas trabalhadas o motorista descanse 30 minutos.
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