Prefeituras têm dificuldade para abrigar cães e gatos abandonados
Com acolhimento precário e sem programas bem elaborados para o tratamento veterinário, prefeituras da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) têm dificuldade em controlar doenças e o número de animais abandonados nas ruas.
A situação ocorre mesmo após oito anos de uma lei estadual determinar aos municípios a responsabilidade pelo acolhimento e cuidado com os animais domésticos abandonados, e proibir o extermínio de animais.
No início deste mês, 17 cães e gatos morreram afogados após uma enchente atingir o canil municipal de Matão (a 305 km de São Paulo). Foi a segunda vez em dois anos que animais morreram afogados no local.
A prefeitura informou que não tem previsão de quando deve transferir o canil para um local seguro.
Edson Silva - 6.nov.2014/Folhapress | ||
Área de canil municipal de Matão, onde enchente matou 17 animais no começo deste mês |
Em algumas cidades, não há nem ao menos um canil municipal. Com isso, as prefeituras fazem convênios com instituições para o acolhimento dos animais.
Em Descalvado (a 243 km de São Paulo), a prefeitura firmou uma parceria com a Apad (Associação Protetora dos Animais de Descalvado), com o repasse de R$ 6.000 por mês, para o acolhimento de 300 cães e gatos. O local já está com 320 animais.
"A gente sabe que precisa repassar mais dinheiro e construir um local maior para abrigar esses cães, mas não temos recursos", disse Nelson Villa, secretário de Agricultura de Descalvado.
Em Barretos (a 423 km de São Paulo), a prefeitura também admite a superlotação do canil, que é mantido em parceria com a ONG Amigo Bicho. No entanto, não informou a capacidade e o número de animais que estão no local atualmente.
Em Franca (a 400 km de São Paulo), a prefeitura tem um canil municipal, mas firma parceria com instituições para que os animais possam ser castrados, já que não tem servidores suficientes para fazer a esterilização.
Em Ribeirão Preto, a prefeitura nega que haja superlotação do canil. No entanto, ONGs de proteção animal no município afirmam que o local não tem estrutura para acolher os cerca de cem animais que estão no espaço.
Natália de Camargo Lopes, presidente da associação de acolhimento de animais Cãopaixão, disse que a prefeitura não tem convênio com clínicas para castrar os animais e, com isso, não consegue controlar a população.
"Isso favorece o surgimento de doenças. Tivemos dois casos de raiva canina neste ano [depois de dois anos sem registro da doença no Estado]", disse Natália. A prefeitura informou que o abrigo é suficiente para os animais.
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