Sindicato dos agentes penitenciários diz que servidores vivem sob riscos
A superlotação afeta o comportamento do preso e põe os funcionários do sistema cada vez mais em risco. A afirmação é diretor administrativo do Sindasp (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) e Região, José Carlos dos Santos Ernesto.
"A primeira manifestação de descontentamento atinge o agente, que está ali no dia a dia, lidando diretamente com o detento. Cerca de 35% dos funcionários estão de licença por problemas psicológicos", diz Ernesto.
De acordo com ele, quanto mais superlotado um presídio, maior é chance de haver uma rebelião. "A ameaça é de praxe, constante", afirma.
Ele também citou a política de se prender de forma exagerada por parte do sistema judiciário.
"Você tem pessoas ali dentro que poderiam estar cumprindo penas alternativas, mas estão no presídio e que podem até voltar piores para o convívio social depois."
Um agente de segurança penitenciária que atua na região de Ribeirão, que pediu para não ser identificado, disse à Folha que o funcionário deve estar todo dia "com uma mente boa" para poder "enrolar a massa carcerária", inventando desculpas para justificar os atrasos nos atendimentos –médico, por exemplo– em virtude da superlotação.
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