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01/04/2008 - 07h21

Análise: A explosão McCain

LUCAS MENDES
da BBC Brasil

Se a eleição fosse hoje, o senador republicano John McCain seria o novo presidente dos Estados Unidos. São margens mínimas, tanto sobre Hillary Clinton como Barack Obama e sabemos que pesquisas sete meses antes da eleição são boas para o lixo. Ou para colunas como esta. Tente chegar ao final.

Não precisamos de pesquisa para reconhecer que o velho senador é um fenômeno. Contra a maioria da população, ele defende a Guerra do Iraque e condena o aborto. Diz que não entende de economia, confunde xiita com sunita, tem um estopim tão curto que assusta os próprios colegas. E não tem dinheiro. Enquanto Obama arrecadou US$ 55 milhões em fevereiro e Hillary US$ 36 milhões, McCain só levantou US$ 11 milhões.

"Um presidente precisa ouvir de assessores quando acham que ele está errado. Quem teria coragem de entrar no salão oval e dizer não ao presidente McCain?". A citação é de um ex-assessor que não se identifica numa matéria de capa sobre o Mundo Segundo McCain, da revista Newsweek.

Embora na semana passada o senador tenha feito um discurso propondo a expulsão da Rússia do G-8 e a entrada do Brasil e da Índia, na longa matéria não há nenhuma referência ao Brasil, América Latina, China ou Índia.

O mundo de McCain é o do terror islâmico centrado no Iraque. Antes da guerra, McCain foi não só a favor da derrubada de Saddam como da invasão, e, em 2003, já queria aumentar o número de tropas. Bateu de frente contra o secretário de Defesa Rumsfeld e foi o precursor do surge, o aumento de tropas que estaria dando certo.

McCain aposta todas as fichas na vitória no Iraque: "se der errado perco a eleição", não enrola.

Esta franqueza é um dos motivos porque os eleitores e a imprensa gostam dele. Raramente se curva ao discurso de conveniência e seus marqueteiros estão convencidos de que os eleitores votam no homem e não nas promessas. Para eles, a teimosia do senador é um sinal de caráter.

Esta semana McCain começou a percorrer o país num roteiro heróico biográfico para projetar seus valores pessoais e seus serviços a pátria. O ponto de partida é Meridian, no Mississipi, no Campo McCain. O nome é uma homenagem ao avô dele que, como o pai, foi almirante na Marinha. Família de heróis militares.

Depois ele vai à Academia Naval, onde foi péssimo aluno, em seguida visita Pensacola, na Flórida, onde aprendeu a voar, e faz uma parada em Jacksonville, onde comandou seu primeiro esquadrão.

A biografia dele é a do herói que sobreviveu ao incêndio no porta aviões Forrestal, onde morreram 134 companheiros, ao tiro que derrubou seu avião quando bombardeava Hanói e a cinco anos de prisão e tortura pelos vietnamitas. McCain acha que os americanos poderiam ter ganhado a Guerra do Vietnã.

Este roteiro biográfico, entre outros objetivos, realça o contraste entre ele, Barack Obama e Hillary Clinton, que continua levando chumbo pela mentira de que teve de correr de franco-atiradores na Bósnia.

A imprensa tem sido muito mais implacável com ela do que com Obama que mentiu sobre a ligação da família Kennedy com o pai dele. Mais de uma vez, Obama contou que foi dinheiro dos Kennedys que trouxe o pai dele e outros 80 estudantes quenianos para estudar nos Estados Unidos, em 1959.

Obama admitiu o erro e o assunto morreu, mas a senadora não consegue se livrar do deboche nem da cobrança sobre os franco-atiradores imaginários da Bósnia, onde teria saído correndo do avião, debaixo de fogo para entrar no carro.

Dos males, qual o pior? Dois senadores que envernizam seus passados ou um que confunde o presente. Neste momento, os americanos preferem o confuso.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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