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30/04/2008 - 08h37

Análise: O muro branco

LUCAS MENDES
da BBC Brasil, em Nova York

Os profetas nos dizem que desta vez em Indiana ou vai ou racha: Hillary Clinton precisa ganhar e Barack Obama não pode perder.

Indiana é um Estado complicado, em geral republicano. Desde 64 não vota num democrata para presidente e a última vez que esteve no mapa das primárias democratas foi em 68 com a vitória de Bobby Kennedy.

As pesquisas colocam a senadora e o senador empatados, mas a derrota na Pensilvânia mostrou que Obama tem um muro branco na frente dele: não ganha entre brancos acima de 60, não ganha o voto das mulheres e, mais complicado, perde o voto do branco de classe média baixa.

Ele reconhece as limitações dele entre os velhos porque "preferem votar em alguém que conhecem" e "entre eles, ela é muito mais conhecida do que eu".

Mas Obama estava convencido que ia conquistar o voto branco dos pobres na Pensilvânia e apostou pesado, quase quatro vezes mais do que a senadora. E perdeu.

Tinha fracassado também em Ohio, com características semelhantes a Indiana. Racismo? Nesta questão as pesquisas não são confiáveis embora pelo menos duas confirmem que de 15% a 18% não votarão em Barack Obama porque ele é "diferente".

Um grupo não vota nele porque é negro e outro porque acha que o país não está pronto para eleger um negro.

Os entrevistados não admitem racismo e esta teoria racial não explica porque Obama ganhou várias eleições em Estados com maioria branca e seus comícios gigantes têm tantos brancos quanto os de Hillary Clinton.

Ele ganhou no branquíssimo Wisconsin, um complicador da equação. Mas entre a população branca menos afluente ele só ganhou 5 em 28 primárias.

O comentário dele de que pobres se apegam a armas e religião em tempos difíceis tirou votos na Pensilvânia, mas até agora nada teve impacto mais negativo na campanha do que o pastor Jeremiah Wright, um negro, seu guia espiritual, com seus comentários antiamericanos.

Barack Obama não se cansa de esclarecer que não concorda com Jeremiah Wright e ontem se "divorciou" do pastor em público. Mas por que esperou 20 anos? Por que rezou com o pastor sozinho no porão da igreja antes de anunciar sua candidatura à Presidência?

Os comerciais já estão no ar na campanha da Carolina do Norte que vota na próxima terça-feira (6) junto com Indiana.

Hillary Clinton também tem um problema de raça. Se conseguir a indicação do partido com o voto dos superdelegados sem os votos dos delegados convencionais e sem maioria popular corre o risco de alienar o voto negro.

Uma eleição que parecia ser a mais fácil para o partido democrata desde Jimmy Carter em 1976 --a primeira depois do escândalo Watergate e do perdão de Nixon pelo presidente Ford-- toma ares republicanos.

Se Obama for o candidato, corre o risco de perder quatro Estados que têm definido as eleições americanas: Ohio, Flórida, Michigan e Pensilvânia.

Contrariando os profetas que anunciam a saída da senadora caso ela perca em Indiana, digo que ela continuará na briga porque logo depois virão Kentucky, Tennesse e Virgínia Ocidental, Estados onde o voto branco é maioria e pró-Clinton.

A campanha está longe de ser definida, a senadora está no páreo e o candidato republicano está feliz, protegido pelo muro.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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