Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/11/2002 - 16h44

Acusado de matar avó e empregada em SP é transferido de delegacia

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Gustavo de Macedo Pereira Napolitano, 22, preso sob acusação de assassinar a avó e a empregada da família a facadas em São Paulo, foi transferido hoje da carceragem do 27º Distrito Policial (Campo Belo), zona sul, para o 8º Distrito Policial (Brás), zona leste.

Napolitano deixou o 27º DP por volta das 13h30. Segundo a polícia, ele foi transferido para outra delegacia -e não presídio- por questão de segurança. O acusado poderia ser ameaçado ou agredido por outros presos.

A carceragem do 8º DP abriga presos ameaçados no sistema e policiais acusados de crimes. A cadeia, com capacidade para 30 detentos, abriga cerca de 100 presos, dividos em cinco celas.

José Patrício/ Folha Imagem

Casa onde ocorreu crime é pichada por jovens
A casa de Napolitano, no Planalto Paulista, bairro de classe média alta da zona sul, amanheceu pichada hoje. Além de palavrões, foram escritas frases como "Droga mata. Até avó" e "Não adiante chorar. A cadeia é o seu lugar".

Vera Kuhn de Macedo Pereira, 73, e Cleide Ferreira da Silva, 20, foram assassinadas entre a madrugada e a manhã de domingo (24).

Segundo a Polícia Civil, o acusado consumiu 26 papelotes de cocaína -o equivalente a 26 gramas-, na madrugada do crime. A quantidade de droga ingerida é considerada "exagerada". De acordo com a polícia, uma overdose pode ocorrer com oito gramas da droga.

Além de Napolitano, Adriano Campelo da Silva, 25, acusado de fornecer a cocaína também foi preso.

O acusado disse à polícia que também mataria sua mãe se estivesse em casa. Ainda em crise de abstinência, o rapaz tem crises de choro.

O rapaz abandonou o curso de direito há aproximadamente dois meses. Segundo a polícia, ele é usuário de drogas há aproximadamente seis anos e já esteve internado para tratamento. Atualmente, tomava antidepressivo e ansiolítico.

Napolitano é neto de Murillo de Macedo Pereira, morto em 2000, delegado e estudioso de questões relacionadas ao uso de drogas à segurança pública.

Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, uma vaga foi solicitada para o acusado. No entanto, ele deve permanecer na carceragem do 8º DP.

Como foi
Entre a madrugada e a manhã de domingo, Napolitano esteve na favela da rua Mauro, Jabaquara, para trocar objetos e carros por papelotes de cocaína. Ele adquiriu, no total, cerca de 60 papelotes.

A última vez que esteve na favela tentou trocar um Vectra, mas o traficante não teria concordado. Segundo o delegado seccional Olavo Reino Francisco, o consumo exagerado de cocaína, que deixou Napolitano cambaleante, teria motivado o traficante a não concordar com a nova troca.

G. Marques/ Folha Imagem

Acusado chora na delegacia
Segundo a Polícia Civil, Napolitano e assassinou a avó com facadas na garganta e no peito, por volta da 1h30. Há suspeitas de que, antes, ela tenha surpreendido o neto consumindo cocaína.

Vera foi esfaqueada na cama. A polícia acredita que ela estivesse dormindo quando foi atacada. Uma espada com marcas de sangue foi encontrada ao lado da cama, mas a polícia afirma que apenas a faca foi utilizada no crime. Vera se locomovia apenas com ajuda de uma cadeira de rodas.

A empregada foi esfaqueada por volta das 7h, quando entrava para servir o café-da-manhã. Ela foi morta na cozinha e teve o corpo arrastado até um banheiro da casa.

Por volta das 10h, o rapaz falou por telefone com a mãe, que havia dormido fora. Não contou, no entanto, sobre o crime. Os corpos foram encontrados por ela, quando retornou para casa.

Ao ser detido, Napolitano tentou despistar a polícia. Disse que traficantes haviam cometido o crime por vingança.

"Ele disse que dois traficantes foram até sua casa e fizeram barbaridades com sua família. Disse que tinha levado um aparelho de som para trocar por três papelotes de cocaína na favela e que os traficantes foram até sua casa porque o som não funcionou", disse o delegado Luiz Antônio Pinheiro, do GOE (Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil).

Pinheiro afirma que o acusado "não conseguia quase ficar em pé". O rapaz sustentou a versão até a polícia argumentar alguns indícios contra ele.

Não havia sinais de arrombamento na casa e o cachorro da família estava preso -segundo depoimentos, somente Napolitano prendia o cachorro na casa. Além disso, seu pés estavam manchados com sangue e seu corpo apresentava arranhões, provavelmente em uma reação da empregada.

Leia mais:

  • Casa de acusado de assassinar avó e empregada em SP é pichada
  • Acusado de matar avó e empregada teve encontro rápido com a mãe
  • Delegado propõe 'medida de segurança' para acusado de matar avó
  • Acusado de assassinar a avó também mataria mãe, afirma polícia
  • Acusado de matar a avó estava 'agressivo' ultimamente, diz polícia
  • Antes de confessar, estudante disse que traficantes mataram avó
  • Acusado de matar avó ainda está 'perturbado', diz advogado
  • Estudante teria usado 26 gramas de cocaína durante assassinatos
  • Jovem é preso sob acusação de matar a avó e a empregada em SP
  • Estratégia de advogada de Suzane será mostrar 'falta de afeto'
  • Em primeiro dia no Carandiru, Suzane fica isolada e fala com psicóloga
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página